Por Adriano Augusto da Costa Filho
Após a descoberta do Brasil e os inúmeros locais que as caravelas passavam em territórios descobertos pelos navegadores lusitanos, obra exclusiva praticamente dos cidadãos portugueses e o incentivo às viagens foram enormes e os cidadãos portugueses viajavam constantemente às terras descobertas pelos navegadores portugueses, haja vista, em todos os continentes do planeta, no Oriente, Ásia, África, Américas, etc… e Brasil nas Américas, África, Angola, Moçambique e outros maravilhosos países, contornados por imensas ilhas.
Inicialmente à África, uma vez que mais próximo de Portugal, as viagens eram facilitadas e muitos iam definitivamente para os locais descobertos e assim sendo retornavam sempre ou em última hipótese firmarem-se nesses locais como imigrantes, haja vista, nos países da África, inúmeros imensamente povoados pelos portugueses e que se tornaram maravilhosos países de ascendência portuguesa.
Depois as viagens se tornaram rápidas e definitivas a todos os locais das descobertas lusitanas e raramente alguns voltavam e a maioria ficava definitivamente nos locais em derredor do planeta e nas descobertas das terras pelos portugueses.
A minha família portuguesa de Trás-Os-Montes, Carção do Vimioso e Rio Frio Bragança, vieram todos na leva acontecida nos primórdios do século 19 ou seja, 1911 e 1912 vieram para São Paulo, os meus pais, Adriano Augusto da Costa e minha mãe, Maria Anunciação Anes da Costa e bem como, avós, tios, primos, amigos em uma leva incomparável de imigrantes, e em que muitos nunca mais retornaram a Portugal, vindo a falecerem nas terras imigradas e foi o que aconteceu com todos os meus familiares.
Para termos uma ideia como seria as viagens dos imigrantes que ao invés nem todos imigraram definitivamente e percorrerem em viagens pelo mundo afora repasso um tema escrito por um mestre da escrita, que viajou pelo mundo afora em vários tempos, locais e países.
Mestre escritor Pedro Schmaus:
Texto do autor
Um jovem advogado foi indicado para inventariar os pertences de um senhor recém falecido e segundo o relatório do seguro social. O idoso não tinha herdeiros parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O Apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos, roupas velhas. “Como alguém passa toda a vida e termina só com isso ?”, pensou o advogado.
O advogado anotou todos os dados e ia deixando a residência do velho falecido, quando notou um porta-retratos sobre o criado-mudo. Na foto estava o velho morto e ainda era jovem sorridente, ao fundo um mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros.
A caneta escrito bem de leve no canto superior da imagem lia-se “Sul da Tailândia”. Surpreso, o advogado abriu a gaveta do criado-mudo e encontrou um álbum repleto de fotografias. Lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, fotos em todo canto do mundo. Em tangos na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um tuk-tuk no Vietnã, sobre um Camelo com as Pirâmides ao fundo, tomando vinha em frente ao Coliseu e entre outros locais.
Na última página do álbum um mapa com quase todos os países do planeta, marcados com um asterisco vermelho por onde o velho passou e, escrito à mão no meio do Oceano Pacifico uma pequena poesia:
NÃO CONSTRUI NADA QUE ME POSSAM ROUBAR,
NÃO HÁ NADA QUE EU POSSA PERDER.
NADA QUE EU POSSA VENDER.
EU QUE DECIDI VIAJAR,
EU QUE ESCOLHI CONHECER,
NADA TENHO A DEIXAR
PORQUE APRENDI A VIVER!
(Pedro Schmaus)
Por ADRIANO DA COSTA FILHO
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa, Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes/Ceará, Associação Portuguesa de Escritores/Lisboa, e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.