Ucrânia: Primeiro-ministro salienta trabalho da rede diplomática e do Presidente junto dos países da CPLP

Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa (R), deposita flores na cerimônia em memória dos defensores da Ucrânia no Muro da Memória, em Kiev, Ucrânia, 23 de agosto de 2023. ANTONIO PEDRO SANTOS/LUSA

Da Redação com Lusa

 

Na terça-feira, o primeiro-ministro salientou a ação da rede diplomática portuguesa e do Presidente da República visando mobilizar países terceiros, sobretudo Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para a Cimeira da Paz na Suíça.

Esta posição foi transmitida por Luís Montenegro na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, depois de questionado sobre as iniciativas diplomáticas nacionais para que países da CPLP participem na Cimeira da Paz, nos dias 15 e 16 de junho, na Suíça.

Países como o Brasil ou Moçambique, no âmbito das respectivas políticas externas, têm assumido posições de maior distância em relação a uma condenação inequívoca da intervenção militar russa na Ucrânia.

Na resposta, Luís Montenegro referiu que hoje, durante a sua reunião com o chefe de Estado ucraniano, abordou a questão da Conferência de Paz na Suíça. E considerou que “Portugal tem sido um interveniente empenhado em todos os fóruns em que participa: Na União Europeia, na NATO, nas Nações Unidas e obviamente junto de países com quem temos relações de afeto, relações diplomáticas mais intensas”.

”Os países que falam português pertencem a este último grupo. Conversei com o Presidente Zelensky sobre todo o trabalho que temos feito em Portugal para, em diálogo com esses países, podermos também mobilizá-los para o apoio à Ucrânia, seja do ponto de vista institucional e político, seja do ponto de vista do futuro daquilo que poderá ser um processo de reconstrução e recuperação da Ucrânia. Esse trabalho tem sido encetado por mim próprio e pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel], que tem aproveitado toda a rede diplomática para introduzir este assunto nas conversas que mantemos com países interlocutores”, especificou.

O primeiro-ministro destacou depois que nesta missão diplomática também tem estado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “na base de uma cooperação institucional que tem sido impecável”.

“De tal maneira, que o Presidente da República teve um encontro hoje com o seu homólogo da República Dominicana, onde também falou desse assunto e assegurou a presença desse país na Cimeira da Paz”, completou.

Pela sua parte, Luís Montenegro referiu que teve uma recente reunião com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, “que também foi sensibilizado para esse efeito”.

“Em Portugal, a nossa rede diplomática e o Presidente da República estão empenhados. A nossa ajuda à Ucrânia não se esgota em material, não se mede em euros. É também uma ajuda humanitária e política”, acrescentou.

Cimeira da Paz

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai chefiar a delegação portuguesa à Cimeira da Paz que a Ucrânia, na Suíça em junho nos dias 15 e 16.

Montenegro adiantou que debateu com o primeiro-ministro ucraniano, na reunião realizada em São Bento e que antecedeu a assinatura de um acordo bilateral de segurança, “os preparativos para duas iniciativas da maior importância que terão lugar em junho: A Conferência sobre a Reconstrução da Ucrânia, que terá lugar nos dias 11 e 12 em Berlim, e a Cimeira da Paz nos dias 15 e 16.

Na perspetiva do líder do executivo português, esta cimeira “vai procurar uma plataforma conducente ao lançamento das negociações para uma paz justa e duradoura” na Ucrânia.

A seguir, perante Volodymyr Zelkenky, Luís Montenegro disse que, durante a reunião, reiterou ao chefe de Estado ucraniano o compromisso de Portugal “com uma presença ao mais alto nível”.

“Posso mesmo anunciar que será o senhor Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] que chefiará a delegação, que contará também com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Perante o Presidente da Ucrânia, quero também reafirmar que Portugal continuará a fazer todos os esforços e todos os contactos, a todos os níveis, para mobilizar e motivar o maior número de países, tendo em vista que participem num encontro, que é um encontro a olhar para a paz e para o futuro”, declarou o primeiro-ministro.

Também neste contexto, Luís Montenegro referiu que, durante o seu encontro com Volodymyr Zelensky, foi analisada a situação no campo de batalha na Ucrânia face à invasão russa e apoio que tem sido prestado a Kiev para se defender.

“É inabalável e firme o apoio de Portugal à legítima defesa da Ucrânia, à promoção de uma paz justa com base na fórmula que o Presidente Zelensky tem vindo a apresentar”, acrescentou.

 

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