Da Redação com Lusa
O primeiro centro de telemedicina foi inaugurado nesta terça-feira na Guiné-Bissau, com os apoios da União Europeia e cooperação portuguesa, para, numa primeira fase, atender à distância pacientes nas áreas de neonatologia, pediatria, maternidade e ecografia.
A inauguração da plataforma, instalada no Hospital Militar Principal (HMP) de Bissau, foi presenciada pelo primeiro-ministro guineense, Rui Duarte Barros, e pelo embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau, Artis Bertulis.
De acordo com o diplomata europeu, a Universidade do Porto é, para já, a primeira parceira do centro de telemedicina de Bissau, um dos instrumentos para reforçar o Programa Integrado para a redução da Mortalidade Materno Infantil no país (PIMI).
Artis Bertulis assinalou que os resultados do PIMI “são visíveis” pelo facto de em menos dez anos ter conseguido ajudar a Guiné-Bissau a reduzir em 30% a mortalidade materna e em 25% a mortalidade infantil.
“Hoje iniciamos uma nova etapa de apoio materno infantil, introduzindo inovações sustentáveis no âmbito de uma estrutura de excelência”, enfatizou o embaixador da União Europeia.
O projeto de centro de telemedicina de Bissau conta com a coordenação técnica do Instituto Marquês de Valle Flôr.
O seu diretor de projetos, Ahmed Zaky, salientou o facto de o centro permitir que pacientes guineenses, “mesmo de localidades remotas” possam ser atendidas por especialistas “noutras partes do mundo”.
Num futuro próximo, o centro de telemedicina hoje inaugurado vai atender mais seis especialidades médicas, assinalou Zaky.
O primeiro-ministro guineense, Rui Duarte de Barros, agradeceu a cooperação da União Europeia com a Guiné-Bissau e exortou os profissionais a utilizar “com muita responsabilidade” a plataforma que disse não só deve servir o Hospital Militar Principal (HMP) como outros centros médicos do país.
O ministro da Saúde Pública, Domingos Malu, notou que o centro de telemedicina faz parte do cumprimento, pelo Governo, do compromisso de redução da mortalidade materno infantil no país.
O diretor geral do HMP de Bissau, Ramalho Cunda, explicou que o centro hoje inaugurado é a resposta da União Europeia ao Plano Estratégico do hospital perante a carência de especialistas, facto que disse levar muitos doentes a procurar respostas no Senegal ou em Portugal, através da Junta Médica.
“Neste processo muitos acabam por morrer”, destacou Cunda.