Presidente pede “resiliência” aos moçambicanos para a paz e reconciliação nacional

Arquivo: Reprodução/ONU

Da Redação com Lusa

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou hoje ao país para que tenha “resiliência” na manutenção da paz e promoção da reconciliação nacional, assinalando que o “derramamento de sangue entre os moçambicanos deve ser passado”.

“Com a mesma convicção de resiliência”, a paz e reconciliação nacional “é um caminho que deve ser continuado por cada moçambicano, afirmou Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava em Maputo, no discurso da cerimônia oficial de encerramento da fase de desarmamento e desmobilização do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, após o fecho, no dia 15, da última base do movimento.

“Sabemos que ainda temos pela frente um longo caminho da reconciliação, talvez mais difícil, que vai exigir a compreensão de todos. Este caminho continuará a ser trilhado por nós, moçambicanos”, sublinhou Filipe Nyusi.

Qualificando como momento “épico” o encerramento da última base da Renamo, na Serra da Gorongosa, província de Sofala, Nyusi enfatizou que o diálogo entre as lideranças do país deve continuar, porque “a paz e a reconciliação nacional não são um produto acabado”.

“Nos próximos meses e anos, as nossas atenções incidirão sobre a reconciliação e a reintegração total dos beneficiários do DDR [Desarmamento, Desmobilização e Reintegração]”, destacou.

O chefe de Estado exortou as comunidades para que não hostilizem os antigos guerrilheiros da Renamo, visando a reconciliação nacional e a contribuição dos antigos combatentes no processo de desenvolvimento econômico do país.

Filipe Nyusi apontou a fixação de pensões de sobrevivência para os antigos guerrilheiros como parte do compromisso do Governo com a reconciliação nacional.

Assinalou que a decisão marca uma situação rara em que pessoas que nunca descontaram para a segurança social vão beneficiar de pensões.

Os moçambicanos, prosseguiu, estão a mostrar que querem deixar no passado as hostilidades militares e apostar no diálogo para a resolução das suas divergências.

“Podemos discordar, como acontece em qualquer família, mas temos de dialogar, para ultrapassar as nossas diferenças”, frisou.

Nesse sentido, defendeu que o país deve apostar em “mecanismos de reconciliação nacional”, para que os moçambicanos não se voltem uns contra os outros no futuro.

O ato de hoje faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo em agosto de 2019.

O entendimento foi o terceiro entre as duas partes, tendo sido os dois primeiros violados e resultado em confrontação armada, na sequência da contestação dos resultados eleitorais pelo principal partido da oposição.

No âmbito do DDR, 5.221 guerrilheiros da Renamo voltaram para casa.

A cerimônia de hoje contou com a participação de chefes de Estado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e representantes das Nações Unidas e do corpo diplomático acreditado em Maputo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *