Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa participa em Portugal das celebrações pelo Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP e Dia Mundial da Língua Portuguesa, em maio, com espetáculo baseado na obra de Guimarães Rosa.
Da Redação
No ano em que completa 15 anos, o FESTLIP Brasil terá comemoração em dose dupla. Antecipando a tradicional edição anual carioca, que este ano acontece em novembro, o Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa ganha uma edição extra em maio, além-mar, com programação durante três dias em Lisboa, como parte dos eventos das comemorações pelo Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP e Dia Mundial da Língua Portuguesa, no dia 5.
A edição portuguesa do FESTLIP Brasil, que tem apoio institucional da CPLP – Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, apresenta o espetáculo teatral A terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa, com direção do diretor brasileiro Paulo de Moraes, em parceria com a companhia portuguesa Teatro Meridional, que acolhe o FESTLIP nas suas instalações nesta jornada internacional.
O elenco é formado pela cia teatral Trupe FESTLIP, criada em 2017, a única no mundo composta por atores dos nove países lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Ao todo, o Teatro Meridional recebe três apresentações do espetáculo, entre os dias 5 e 7 de maio, além de um debate com a participação do elenco, do diretor e de Tânia Pires, diretora artística do festival. “Mesmo com toda a riqueza da nossa língua, não encontro palavra para significar a parceria e o acolhimento do Teatro Meridional aqui em Lisboa. Desde 2010, na sua primeira participação no FESTLIP, nossas sinergias foram estabelecidas. Eu fiquei encantada com a forma que o Meridional trabalha a dramaturgia, procurando fazer da língua portuguesa um encontro com a sua própria história. Em novembro, será a vez do FESTLIP Brasil no Rio de Janeiro receber e reconhecer mais uma obra do Meridional. Muitas surpresas virão nessas comemorações”, adianta Tânia, que ressalta ainda a escolha do texto de um dos maiores escritores brasileiros.
“É ainda mais significativo levar uma obra de Guimarães Rosa para uma edição internacional do festival, justamente no ano em que o Instituto Guimarães Rosa (equivalente ao português Instituto Camões e ao espanhol Instituto Cervantes) começa suas atividades no Brasil”, destaca.
O espetáculo conta a história de um homem de meia-idade que deixa sua família e amigos para viver isolado em uma canoa no meio de um rio, na região central do Brasil, e jamais volta a pisar em terra firme. Seu único contato com as pessoas acontece através de seu filho Liojorge, que lhe deixa comida na margem do rio. Os anos se passam e a filha Rosário casa com um rapaz da região e vai morar na cidade. O filho também casa, mas decide permanecer com a mãe e continuar levando diariamente a comida para o pai invisível. Quando nasce Nhinhinha, a filha de Liojorge, e que tem poderes mágicos, o rapaz resolve levá-la até a beira do rio para apresentá-la ao pai.
PAULO DE MORAES
O diretor, dramaturgo e cenógrafo paranaense Paulo de Moraes, de 55 anos, iniciou sua trajetória artística em 1987, quando fundou a Armazém Companhia de Teatro em Londrina. Radicado no Rio há 22 anos, dirigiu artistas como Paulo Autran, Ana Beatriz Nogueira, Suzana Faini, Louise Cardoso, Fernando Eiras, Malu Valle, Celso Frateschi e Zécarlos Machado, entre outros, além do Grupo Galpão e da Intrépida Trupe. Seus espetáculos percorreram países
como Portugal, França, Escócia, Noruega, Uruguai, China e Angola. Como diretor, foi premiado ou indicado aos Prêmios Shell, Molière, APTR, Mambembe, Cesgranrio, Eletrobrás, Cultura Inglesa, Contigo, Qualidade Brasil e Faz Diferença. Em 2013 e 2014, recebeu o Fringe First Award, mais importante prêmio do Festival de Edimburgo, na Escócia, por A marca da água e O dia em que Sam morreu. Destacam-se ainda em sua carreira A ratoeira é o gato
(1994), Sob o Sol em meu leito após a água (1997), Alice através do espelho (1999), Da arte de subir em telhados (2001), Pessoas invisíveis (2002), Toda nudez será castigada (2012), Jim (2013) e Hamlet (2017).
Ficha Técnica:
Texto: Guimarães Rosa
Diretor: Paulo de Moraes
Direção Musical: Ricco Viana
Curadoria e Direção Executiva: Tânia Pires Abrão
Figurino: Carol Lobato
Criação Luz: Paulo de Moraes
Produtora Local Portugal: Silvia Rebelo
Parceria e Acolhimento: Teatro Meridional
Produção: FESTLIP
Realização: Talu produções
Elenco:
Brasil – Leonardo Miranda
Moçambique – Horácio Guiamba
Portugal – Susana Vitorino
São Tomé e Príncipe – Rossana Prazeres
Angola – Erica Chissapa
Timor Leste – Moisés dos Santos
Guiné Equatorial – Mirella Aracil
Guiné-Bissau – William Ntchalá
Cabo Verde – Naty Martins
Programação FESTLIP_Brasil 2023
Lisboa_Teatro Meridional
Dias 5 e 6 de maio, às 21h e dia 7, às 16h
Espetáculo Teatral A Terceira Margem do Rio
Horário de abertura do Teatro / Bilheteira ao público: 1 hora antes do espetáculo
Preços: normal 12€ / <25 anos | >65 anos Estudantes | Grupos >10 pessoas 8€ / Pessoas com Deficiência, Profissionais de Artes Cénicas 6€ / Estudantes Formação de Artes Cénicas (apenas na sessão de domingo) 3€ Transmissão ao vivo: Plataformas do YouTube e Facebook do FESTLIP
Dia 7 de maio, às 17h Debate “Mídias criativas: fluxo na mobilidade da arte”
A trupe FESTLIP (atores dos 9 países falantes do português), o diretor brasileiro Paulo de Moraes e a diretora artística do Festival Tânia Pires Abrão abrem uma roda de conversa com o público para trocas sobre o processo de criação e os novos caminhos da mídia criativa na arte.
Reservas e Bilheteira | [email protected] Telefone: (+351) 91 999 12 13 – Horário de abertura do Teatro/Bilheteira ao público | 1 hora antes do espetáculo. Entrada gratuita com reserva.
Teatro Meridional
Rua do Açúcar, 64 Beco da Mitra – Poço do Bispo 1950 – 009 / Lisboa – Portugal Reservas e bilheteira: [email protected] Telefone: (+351) 91 999 12 13