Classificada Romaria de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe

Da Redação com Lusa

A Romaria de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, foi inscrita no Inventário Nacional do Patrimônio Cultural Imaterial, anunciou hoje a Direção-Geral do Patrimônio Cultural (DGPC).

Em comunicado, a DGPC refere que “inscreveu a Romaria de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe no Inventário Nacional do Patrimônio Cultural Imaterial, conforme Despacho da Subdiretora-Geral do Patrimônio Cultural de 21 de abril de 2023, que será publicado em breve em Diário da República”.

Com esta inscrição, a DGPC “reconhece que a Romaria se mantém presente e ativa na matriz identitária da comunidade de Arco de Baúlhe, freguesia do município de Cabeceiras de Basto”.

“A Romaria data do século XVIII, e surge em consequência do culto Mariano, praticado no Arco de Baúlhe em Honra de Nossa Senhora dos Remédios, desde 1609. Atualmente decorre no primeiro fim de semana de setembro, sob organização da Comissão de Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios, representada por um grupo de voluntários locais, de diferentes idades e classes sociais”, lê-se no comunicado.

De acordo com informação disponibilizada no sítio da Internet da Câmara de Cabeceiras de Basto, esta festa decorre no primeiro fim de semana de setembro, de sexta-feira a domingo, tendo como pontos altos a procissão de velas (sexta-feira), o arraial (sábado à noite) e a procissão da Nossa Senhora dos Remédios (domingo à tarde), que conta com andores e figurantes.

“Esta romaria é anunciada, sensivelmente, um mês antes, com a Erguida do Pau da Bandeira. Ultimamente foi afixada a sua data no primeiro domingo de agosto. Todos são convidados a vestir os trajes tradicionais (trajes domingueiros), num cortejo que percorre as ruas do Arco de Baúlhe e onde se levam oferendas para leiloar acompanhadas de concertinas e carros dos bois, levando a haste de madeira (pau) de vários metros com a bandeira bicolor (amarelo e azul) no seu topo”, descreve a autarquia.

No fim do trajeto, acrescenta, “o pau é erguido por vários homens no lugar da serra, com o auxílio das cordas, e é oficialmente proclamada a Festa em Honra da Nossa Senhora dos Remédios”, seguindo-se o leilão das ofertas.

A festa conta com “milhares de pessoas, entre munícipes, emigrantes e turistas”.

“Ao longo destes três dias conta-se com a participação de vários grupos musicais, ranchos folclóricos, bandas filarmônicas, grupos de bombos, de concertinas, de gaitas-de-foles, andores adornados com flores naturais e fogo-de-artifício”, sublinha a Direção-Geral do Patrimônio Cultural.

A DGPC indica que o pedido de registo foi submetido pela Associação dos Festeiros do Arco e resulta de um trabalho de recolha e reflexão conduzido pela própria Associação, entre 2020 e 2021, em estreita articulação com a comunidade local, com os elementos voluntários na manifestação e com os romeiros da Romaria de Nossa Senhora dos Remédios do Arco de Baúlhe.

“O público pode, a partir de agora, ter acesso na plataforma (http://www.matrizpci.dgpc.pt/) à documentação que caracteriza esta manifestação do patrimônio cultural imaterial nacional, cuja continuidade se deseja salvaguardar”, refere a DGPC.

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