Mundo Lusíada com Lusa
O Presidente brasileiro chegou neste dia 21 a Lisboa para uma visita de Estado de cinco dias em Portugal, onde fechará pelo menos 13 acordos bilaterais na cimeira luso-brasileira.
O avião que transportou o Presidente brasileiro aterrou em Lisboa às 10:35 (horário de Lisboa).
“A viagem faz parte do relançamento das relações diplomáticas do Brasil com seus principais parceiros, como já foi o caso da visita à China, há 10 dias, e aos Estados Unidos, Argentina e Uruguai nesse início de governo”, indicou a presidência brasileira, em comunicado.
“Cerca de 252 mil brasileiros residem legalmente em Portugal, de acordo com dados. Isso não contabiliza os brasileiros com nacionalidade portuguesa ou outra nacionalidade europeia. Segundo estimativas das repartições consulares do Brasil em Portugal, a comunidade brasileira poderia estar entre 275 mil e 300 mil pessoas”, recordou o Governo brasileiro, de forma a enfatizar a importância da viagem, a primeira à Europa desde que Lula tomou posse em 01 de Janeiro.
A agenda oficial arranca no sábado e tem como um dos pontos altos, a 13.ª cimeira luso-brasileira.
Na anterior cimeira luso-brasileira, em 2016, que também não se realizava há três anos, entre o primeiro-ministro, António Costa, e o então Presidente do Brasil, Michel Temer, foram assinados “cinco acordos bilaterais nas áreas da mobilidade elétrica, literatura e ciência e cooperação para o desenvolvimento”, segundo o Governo português.
Agora, serão assinados mais do dobro dos acordos, com o Governo brasileiro a frisar que “a preparação para o encontro começou no fim do ano passado, após as eleições presidenciais”, em outubro de 2022.
Na quarta-feira, em conferência de imprensa no Palácio Itamaraty, em Brasília, a secretária de Europa e América do Norte, Embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, detalhou que serão ainda assinados, no Centro Cultural de Belém, memorandos de entendimento da área da energia, geologia e mineração, o “reconhecimento mútuo dos títulos de condução” entre os dois países, direitos de pessoas com deficiências, um memorando de área do turismo, entre outros.
O dia termina com um jantar de Estado oferecido pelo Presidente português no Palácio da Ajuda.
No dia seguinte, domingo, a agenda de Lula da Silva, para já, “está livre”, segundo a diplomata brasileira.
Na segunda-feira, Lula e a sua comitiva seguem para Matosinhos para participar da abertura do Fórum de Negócios Portugal-Brasil, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa.
Haverá ainda a assinatura da renovação do protocolo de entendimento entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e a sua contraparte brasileira, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ÁPEX).
Na chegada a Lisboa, o líder brasileiro irá à OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca. Lula vai ainda entregar o Prêmio Camões, de 2019, ao cantor e escritor brasileiro Chico Buarque.
No dia 25 de Abril, está programado para as 10:00 uma “sessão solene em homenagem ao Presidente Lula, que antecede as celebrações do 25 de Abril”, na qual o Presidente brasileiro fará um discurso.
Lula da Silva seguirá para Madrid depois de discursar na Assembleia da República e não estará presente durante a sessão comemorativa do 25 de Abril, Revolução dos Cravos.
Pontos de vista
O presidente da Assembleia da República afirmou hoje que Portugal e o Brasil, que “têm relações extremamente próximas”, terão ocasião na cimeira bilateral de “esclarecer mutuamente os pontos de vista” sobre vários assuntos.
Instado a comentar as declarações do Presidente brasileiro, sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, o presidente da Assembleia da República declinou fazer comentários, uma vez que já não é ministro dos Negócios Estrangeiros.
Portugal e o Brasil “têm relações extremamente próximas e têm uma cimeira bilateral amanhã já [sábado] e terão ocasião de esclarecer mutuamente os pontos de vistas sobre os mais diversos assuntos, isso é o que acontece nas cimeiras bilaterais”, disse.
Além disso, prosseguiu, “a posição portuguesa é conhecida, e o que posso dizer como presidente do parlamento é que é uma posição apoiada, arrisco a dizer, por mais de 90% do parlamento português”.
Ainda “há poucos dias votamos um voto de solidariedade com as vítimas dos massacres russos na Ucrânia que foi votado favoravelmente por todos os grupos parlamentares, menos um”, rematou.