Portugal anuncia fundo com um milhão de euros para cooperação Ibero-América/CPLP

Foto Divulgação/Gov/ Negócios Estrangeiros

Da Redação com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou neste sábado que Portugal tomou a iniciativa de constituir um fundo, que arranca com um milhão de euros, para a cooperação entre a comunidade ibero-americana e a CPLP.

Num discurso na 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, República Dominicana, António Costa saudou “a adesão como observador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa [CPLP] à comunidade ibero-americana”.

O primeiro-ministro considerou que este “é um passo muito importante” e referiu que “a comunidade ibero-americana já era observador no espaço da CPLP”.

“E juntos podemos fazer mais. E é por isso que Portugal tomou a iniciativa de constituir um fundo para a cooperação entre a cimeira ibero-americana e a CPLP, que arrancamos desde já com um milhão de euros, de forma a estreitar a cooperação entre estas duas organizações”, acrescentou.

António Costa discursou na 28.ª Cimeira Ibero-Americana logo a seguir ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesta cimeira, que tem como lema “Juntos por uma Ibero-América justa e sustentável”, estiveram representados ao mais alto nível 13 dos 22 países da comunidade ibero-americana.

Em Santo Domingo, estiveram os chefes de Estado do Equador, que acolherá a próxima cimeira, Espanha, Portugal, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Honduras, Paraguai e Uruguai, além do país anfitrião, República Dominicana, e também os chefes dos governos português e espanhol.

Multilateralismo

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que o espaço ibero-americano constitui “uma força de paz no mundo” e tem como tarefa “recuperar o multilateralismo”, antevendo que 2023 e 2024 serão “anos decisivos”.

“O mundo é multipolar, mas nos últimos tempos deixou de ser multilateral. Temos de recuperar o multilateralismo. E essa é uma tarefa nossa”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na 28.ª Cimeira Ibero-Americana.

Num discurso feito em português, que durou quinze minutos, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à invasão russa da Ucrânia e à consequente guerra que dura há mais de um ano como “uma guerra global” que deve ser condenada por todos.

“Uma guerra que nasceu da violação do direto internacional e de princípios que todos percebemos – mesmo aqueles que temos posições diferentes – que é o princípio da integridade do território e o princípio da soberania do Estado, é uma guerra global. Nenhum de nós aceita que esses princípios sejam violados contra o seu Estado, quem quer que viole, uma potência A, B, C ou D”, argumentou.

O chefe de Estado considerou que esta é “uma cimeira histórica”, que acontece no “começo de uma viragem geopolítica no mundo”, em que “há potências que continuam globais, há potências que passam a regionais e há novas potências globais”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o mundo vai mudar, está a mudar, imprevisível, mas vai ser um mundo muito diferente do mundo que nasceu no final do século XX” e 2023 e 2024 “vão ser anos decisivos”.

Nesta altura, defendeu, “é mais importante do que nunca reafirmar os grandes princípios” como “o direito internacional, as organizações internacionais, os grandes princípios, aqueles que permitem, como o multilateralismo, ultrapassar o unilateralismo, ultrapassar o protecionismo, ultrapassar o isolamento”.

“O mundo ibero-americano, incluindo as Caraíbas, tem um papel único a desempenhar neste mundo que está a mudar. Nós somos muitos. Somos muitas centenas de milhões”, disse.

“Este é um momento de grande responsabilidade para todos nós”, reforçou.

 

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