Por Eulália Moreno
Enquanto aguardamos o Fado ter a sua candidatura a Patrimônio Imaterial da Humanidade aprovada pela UNESCO (no próximo mês de Novembro), o cantor Carlos do Carmo, em visita a São Paulo, confidenciou a amigos com os quais almoçou no passado dia 11 de Setembro que o Fado, com os seus intérpretes e músicos, que se canta e toca no Brasil terá o seu lugar no Museu do Fado, no largo do Chafariz de Dentro, em Alfama.
Em visita de caráter particular (foi padrinho de casamento da neta de Joaquim Campos, antigo dono do Abril em Portugal), entre excelente gastronomia, copos e conversas, Carlos do Carmo, referiu a atual diretora do Museu do Fado, Sara Pereira, como uma pessoa de “extraordinária capacidade de trabalho, com o Fado no coração”.
O projeto de incluir essa vertente do Fado divulgado no Brasil era um sonho antigo de Carlos do Carmo, sonho esse que começa a tornar-se realidade já que o intérprete aproveitou o ensejo da visita para dar os primeiros passos no sentido de recolher informações, registros e contactos para o “dossiê” que pretende apresentar muito em breve.
Independente de intérpretes e músicos de excelente qualidade que temos, infelizmente nem sempre reconhecidos, nos anos 70 Paula Ribas lançou um trabalho “Fados Brasileiros” no qual incluiu compositores brasileiros como Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi, dentre outros, que já naquela altura tinham composto Fados. Desde então, o leque se ampliou para Caetano Veloso e os seus “Argonautas”, Moraes Moreira, Ivan Lins e Vitor martins, apenas para citar alguns.
De Ivan Lins e Vitor Martins é o fado “Barco Fantasma” que Carlos do Carmo gravou e que considera como um “verdadeiro Hino do Emigrante”. Portanto, povo do Fado, meus muito queridos intérpretes e músicos, boas novas soprando de Lisboa!