Governo limita iluminação no Natal e apela para teletrabalho para poupar energia

Da Redação com Lusa

O Governo português vai limitar a iluminação decorativa no Natal para o período entre as 18:00 e as 24:00, controlar as temperaturas da climatização interiores e apela ainda para a avaliação do recurso ao teletrabalho para poupar energia.

De acordo com o plano de poupança de energia 2022-2023, publicado numa resolução de Conselho de Ministros, o Governo vai implementar ao longo dos próximos meses várias medidas de poupanças, que no caso da Administração Central serão obrigatórias.

Assim, a iluminação interior de caráter decorativo de edifícios será desligada a partir das 22:00 no período de inverno e a partir das 23:00 no período de verão e no exterior a partir das 24:00, “salvaguardando questões de segurança”.

Além disso, ficou estabelecido que “de 06 de dezembro de 2022 a 06 de janeiro de 2023” serão ajustados “os períodos de utilização da iluminação natalícia para o horário entre as 18:00 e as 24:00”.

Terá ainda de ser desligada a iluminação interior sempre que o espaço não esteja em uso e após o horário de trabalho, promovida uma maior utilização de luz natural e outras medidas.

De acordo com o plano, as temperaturas dos equipamentos de climatização interior serão reguladas “para o máximo de 18.°C no inverno e o mínimo de 25.°C no verão” entre outras iniciativas.

No que diz respeito à água, o executivo pretende a “redução do tempo de água corrente e adequação da temperatura da água do sistema de aquecimento à estação do ano”, bem como a “redução da quantidade de água utilizada na lavagem de pavimentos”, reduzir o “número de lavagens de veículos” e outras estratégias.

Além disso, a rega será programada “para horários de menor evaporação” ligando-se depois das 20:00 no período de verão e das 17:00 no período de inverno.

O Governo destacou ainda a “adoção de práticas de gestão dos recursos humanos que permitam a redução dos consumos energéticos (por exemplo, avaliando as poupanças energéticas do recurso ao teletrabalho), sempre que viável” bem como “ações de informação no âmbito das poupanças associados ao consumo energético, bem como das deslocações casa -trabalho-casa”.

Por outro lado, entre as recomendações para a administração local, muitas delas semelhantes ao que será obrigatório na central, conta-se a “regulação da temperatura da água de piscinas interiores para 26.°C e diminuição de 2.°C na temperatura de aquecimento ambiente onde se inserem as piscinas cobertas (para 28.°C)”.

Também para os privados há várias medidas semelhantes, mas o Estado recomenda ainda a “redução do tempo de água corrente de banhos e duches e adequação da temperatura da água do sistema de aquecimento à estação do ano” e a “minimização do número de utilizações da máquina de lavar roupa e máquina de lavar louça, utilizando a sua capacidade máxima”, entre outras.

“Na sua totalidade, as medidas apresentadas no Plano de Poupança de Energia 2022-2023 poupam 188 mcm [milhões de metros cúbicos] de gás natural, o que representa 5% do consumo face ao período de referência”, lembrou o executivo no diploma.

“O Plano de Poupança de Energia 2022-2023 contempla medidas com prazo de implementação inferior a três meses, e que representam uma redução de 3% face ao período de referência”, sendo que “atendendo ao objetivo voluntário de redução de 15% do consumo, consegue-se alcançar 19 % do objetivo com as medidas imediatas e 31% do objetivo com o total das medidas”.

No entanto, “no caso de ser declarado alerta da União, o Plano de Poupança de Energia 2022-2023 passará a ser de caráter obrigatório e poderá contemplar medidas excecionais”, alertou.

Madeira

Já o Governo da Madeira não vai limitar a iluminação decorativa no Natal por considerar que faz parte da “identidade regional” e da “atratividade turística” do arquipélago, indicou o chefe do executivo, Miguel Albuquerque.

“Nós não íamos cometer o erro político de retirar as luzes, prejudicando o cartaz turístico de forma irremediável e transformando o Fim do Ano na Madeira numa situação penosa, para não dizer catastrófica, do ponto de vista da atratividade”, disse.

O governante do arquipélago, no Funchal, reagiu à decisão do Governo da República em seu plano de poupança de energia 2022-2023. “A ideia é meritória e todos nós devemos adotar”, disse Miguel Albuquerque, realçando, no entanto, que o Governo da Madeira não a vai aplicar na região.

“As luzes de Natal são algo que é decisivo e fundamental para o Fim do Ano na Madeira e para o cartaz turístico”, afirmou, salientando que “os efeitos multiplicadores” deste investimento do Governo Regional “são, na verdade, fazer com que o Natal na Madeira e, sobretudo, a passagem do ano seja um cartaz turístico.”

Miguel Albuquerque sublinhou ainda que se trata de uma “exceção em nome da economia”.

De acordo com uma portaria publicada no jornal oficial da região em julho, o Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) vai investir cerca de 1,9 milhões de euros nas iluminações das festas de Natal e Fim do Ano de 2022/2023 e 2023/2024 e de Carnaval dos próximos dois anos.

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