Da Redação com Lusa
Macau vai acolher no fim de semana a primeira edição do Mercado Lusófono, para promover 24 empresas que vendem produtos oriundos dos países de língua portuguesa, disse hoje à Lusa um dos organizadores.
Heiman Sou disse que o evento irá contar com oito expositores de produtos alimentares, incluindo vinho, azeite e mel de Portugal, café de Timor-Leste, sal marinho de Angola e caju de Moçambique.
O mercado terá ainda 16 expositores de outros produtos, entre os quais cerâmica, artesanato, sabonetes, fragrâncias e decoração, acrescentou o diretor-geral da Sardinia Macau, empresa que também revende produtos portugueses em Hong Kong e na China continental.
Além da entrada ser livre para os visitantes, também a participação no evento, no Albergue da Santa Casa da Misericórdia, é gratuita para os expositores.
O objetivo é “apoiar” as empresas que vendem produtos dos países de língua portuguesa “a aumentar as suas vendas e ao mesmo tempo recuperar o otimismo dos consumidores”, sublinhou a organização do Mercado Lusófono.
“O recente surto pandêmico criou um desafio sem precedentes para todas as empresas em Macau, especialmente as pequenas e médias empresas”, acrescentou a organização, num comunicado.
Macau enfrentou a partir de 18 de junho o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, levando a uma queda de 98,8% em termos anuais no número de visitantes em julho, afetando fortemente a economia da região, dependente do turismo.
A situação financeira tornou-se “bastante má, ali na corda bamba”, disse à Lusa Asai Cheung, sócio fundador da PRRC Portuguese Restaurants & Retail Concepts, que opera vários restaurantes e lojas portuguesas.
Este ano, a política de zero casos imposta por Pequim tem levado à imposição de confinamentos em várias cidades, incluindo na capital financeira, Xangai, e “prejudicado” os importadores de produtos lusófonos, disse Heiman Sou.
“Tivemos de apostar em promover os nossos produtos em diferentes cidades da China continental”, acrescentou o empresário.
O Mercado Lusófono conta com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, da Livraria Portuguesa em Macau e do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.
A primeira edição tem como alvo prioritário os residentes, mas Heiman Sou espera que o evento se torne “um atrativo turístico no futuro”, com “diversos espetáculos culturais e mais expositores”.
“Tudo depende mesmo da resposta dos expositores e dos visitantes. Esperamos organizar [o Mercado Lusófono] pelo menos duas vezes por ano ou mesmo uma vez por trimestre”, acrescentou o empresário.
Outro objetivo futuro é expandir o evento para além do Albergue da Santa Casa da Misericórdia, disse Asai Cheung.
O empresário quer ainda lançar outros eventos ligados à cozinha, incluindo um festival de gastronomia lusófona.