Da Redação com Lusa
O Governo português vai decretar o estado de calamidade para responder às necessidades do território da área ardida da serra da Estrela, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Segundo a governante, o estado de calamidade será decretado pelo Conselho de Ministros e “dará condições para que todos, Estado e autarquias, possam responder às necessidades” do território.
Mariana Vieira da Silva falava aos jornalistas no final de uma reunião conjunta entre Governo e autarcas de seis municípios abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela – Manteigas, Celorico da Beira, Covilhã, Guarda, Gouveia e Seia – e ainda de Belmonte, também presente por ter sido atingido pelas chamas, para “avaliar as necessidades e respostas integradas para estes concelhos” na sequência do incêndio que afetou a região.
“Essa é a garantia principal que aqui trouxemos, várias áreas do Governo, para mostrar que a intervenção, aqui, tem que ser integrada. Da Agricultura ao Ambiente, do Trabalho e da Solidariedade à Coesão Territorial, da Administração Interna. É fundamental que todas estas áreas participem nesta reconstrução”, declarou a ministra.
Situação
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje em risco máximo de incêndio mais de 100 concelhos dos distritos de Bragança, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre e Faro.
Dezenas de outros concelhos de todos os distritos de Portugal continental estão em perigo muito elevado e elevado de incêndio rural.
Segundo o instituto, o perigo de incêndio rural vai manter-se elevado em algumas regiões do continente pelo menos até sexta-feira.
Cerca de 1.800 operacionais estavam pelas 09:30 envolvidos no combate aos incêndios em território continental, sendo que mais de 600 combatiam os três maiores em curso, nos distritos de Vila Real e Viana do Castelo, segundo a Proteção Civil.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) informa que no total estavam envolvidos no combate aos incêndios 1.815 elementos das forças de socorro e segurança, dos quais 623 em fogos ainda “em curso”, 600 em incêndios já “em resolução” e 592 em fogos “em conclusão”.
O incêndio ainda em curso que mais meios mobilizava pelas 09:30 de hoje era o que deflagrou no domingo em Samardã, no concelho de Vila Real, onde estavam 442 elementos, apoiados por 128 viaturas e sete meios aéreos.
Segundo o comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Vila Real, Miguel Fonseca, “o incêndio mantém-se ativo, com três frentes, embora uma delas a apresentar maior preocupação, que é esta frente que se desenvolve na cumeada do Alvão (serra)”.
No concelho de Mesão Frio, também distrito de Vila Real, combatiam o incêndio que deflagrou pelas 15:00 de domingo, na localidade de Rojão do Meio, 82 elementos, apoiados por 21 viaturas e três meios aéreos.
No concelho de Monção, distrito de Viana do Castelo, o incêndio que deflagrou pelas 15:30 de domingo na freguesia de Troporiz e Lapela estava a ser combatido por 98 elementos, apoiados por 30 viaturas.
Já em Ourém, distrito de Santarém, no incêndio que gerou preocupações no domingo e que já está em resolução, mantinham-se 257 elementos, apoiados por 86 viaturas e um meio aéreo.
No incêndio de Alenquer, distrito de Lisboa, no fogo que teve início no domingo e que pelas 09:00 estava “em conclusão”, mantinham-se 144 elementos, apoiados por 49 viaturas.
Em Bragança, no incêndio de Carrazeda de Ansiães, que segundo a Proteção Civil também já está “em resolução”, mantinham-se no terreno 109 elementos, apoiados por 37 viaturas e um meio aéreo.