Vista pelo Presidente em SP, exposição Travessia marca centenário de viagem transatlântica

Foto Mundo Lusíada

Mundo Lusíada

No dia 03 de julho o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu agenda em São Paulo numa recepção realizada no Consulado Geral de Portugal. A abertura do evento foi com uma exposição sobre o centenário da primeira viagem aérea transatlântica Portugal-Brasil, realizada em 1922. Montada no Consulado Geral, está patente de 08 a 30/07.

Formado em física, o Prof. Ricardo Magalhães, que entre outras atividades é diretor da Casa de Portugal São Paulo, é curador da exposição intitulada “TRAVESSIA”, sobre a primeira viagem aérea feita pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a chamada primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.

O feito, na visão do curador, “representa uma grande epopeia que saiu de Lisboa e chegou ao Rio de Janeiro, e depois em São Paulo de trem”, disse ele enfatizando que “não foi só de avião de Lisboa ao Rio [a viagem], mas foi também de trem do Rio até São Paulo. E nessa semana que eles ficaram em São Paulo há 100 anos atrás, hoje dia 3 de julho, estamos comemorando o centenário deste feito marcante”, referiu ele que detalhou ao presidente de Portugal justamente sobre a exposição patente no local com peças originais, mais de 20 peças no total sobre a chegada dos aviadores em São Paulo, que era a capital da indústria naquela época.

“Portanto a chegada desses heróis em São Paulo completa 100 anos”, disse o curador Ricardo Magalhães, ao Mundo Lusíada. Em sua passagem, o presidente português pode abrir a mostra, antes de uma extensa “sessão de fotos” com convidados.

Aprovado pelo parlamento, o Presidente de Portugal estará novamente no Brasil entre 06 e 10 de setembro. O Senado brasileiro convidou Marcelo Rebelo para ser o orador convidado na solenidade da Independência, em Brasília.

Travessia

Até 30 de julho, o público poderá visitar a exposição Travessia, que é iniciativa da Casa de Portugal, da Cátedra Jaime Cortesão da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e do Consulado de Portugal em São Paulo.

A travessia de 1922, que durou 78 dias e utilizou 3 aeronaves, foi inovadora e épica. O feito dos aviadores é exibido em 4 núcleos: A apresentação da viagem, A chegada à São Paulo, O centenário do Brasil e Memória da memória. A seleção de fotos, documentos e vídeos dão ao visitante a possibilidade de reconstruir a viagem.

O núcleo de A chegada à São Paulo é o ponto alto da mostra com a apoteótica recepção, pois entre 3 e 14 de julho de 1922, a cidade festejou o heroico feito. Sendo também o ano do primeiro centenário de Independência do Brasil, o acontecimento fez parte das comemorações que aconteceram no Rio de Janeiro em 1922, não apenas pelo laço entre Portugal e Brasil, mas por referenciar ao brasileiro Santos Dumont, responsável pelo primeiro voo em um avião impulsionado por um motor a gasolina.

O núcleo Memória da memória apresenta materiais comemorativos posteriores à viagem, como catálogos de exposição, relatórios da viagem e o relicário contendo parte de um dos aviões utilizado pelo Sacadura Cabral e doado ao Clube Português de São Paulo, em 1926.

Os viajantes portugueses chegaram nas capitais históricas brasileiras de Recife, Salvador e Rio de Janeiro, mas a viagem se completou quando, a bordo de uma locomotiva da São Paulo Railway Company Limited, os dois aviadores chegaram à estação da Luz, onde hoje funciona o Museu da Língua Portuguesa, em 3 de julho de 1922.

Durante uma semana, os heróis da União das Pátrias Irmãs foram recebidos em apoteose nas ruas por brasileiros e portugueses e muitas homenagens aconteceram em gabinetes oficiais e salões de festas, celebrações preparadas pela comunidade Luso-Brasileira de São Paulo.

Uma visita guiada pela exposição, no Consulado de Portugal, vai acontecer na próxima terça-feira.

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