Alemanha: seria “extraordinariamente perigoso” se Grécia abandonasse o Euro

Mundo Lusíada
Com Lusa

A chanceler alemã, Angela Merkel, qualificou como “extraordinariamente perigosa” uma hipotética saída da Grécia da união monetária europeia de modo a enfrentar a sua crise econômica e financeira. “Creio que seria extraordinariamente perigoso para o nosso sistema monetário” e tal cenário “poderia provocar um efeito dominó”, considerou a chanceler em conferência de imprensa.
Para ela, é “politicamente necessário” que todos os membros da zona euro continuem unidos. Para isso, assinalou, é “importante” que Atenas aplique as suas medidas de ajuste orçamental, requisito imprescindível para que a Grécia continue a receber o apoio financeiro das instituições europeias.
Os mercados europeus estiveram em queda no início do mês de setembro, reagindo desse modo à derrota do partido de Ângela Merkel nas regionais, bem como aos receios de incumprimento da Grécia, depois do ministro das Finanças grego ter admitido uma recessão maior que o esperado já este ano, o que já mereceu a contestação da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

Barroso afasta possibilidade de recessão

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, admitiu que a zona Euro registrará nos próximos meses um crescimento econômico moderado, descartando a possibilidade de recessão. “Não antecipamos uma recessão na Europa”, afirmou Durão Barroso numa conferência de imprensa.
“As últimas previsões da Comissão Europeia revelam que haverá crescimento – é certo que moderado – em toda a União Europeia”, acrescentou o responsável, ao garantir que a União Europeia e o euro são fortes e resistentes.
No que se refere aos problemas da dívida da Grécia, o presidente da Comissão Europeia explicou que a ‘troika’ analisa atualmente os esforços do Governo de Atenas para cumprir as medidas de ajustamento, considerando, para já, “prematura” qualquer avaliação.

BC compra mais dívida dos países da zona euro

O Banco Central Europeu anunciou em 05 de setembro que comprou 13,3 bilhões de euros de dívida soberana dos países da zona euro, o dobro do valor que tinha comprado na semana anterior.
Na semana que terminou a 29 de agosto, o BCE comprou 6,65 bilhões de euros em obrigações. O banco central, seguindo a sua política habitual, não revelou os países aos quais comprou dívida soberana.
O BCE já acumulou 129 bilhões de euros desde que o BCE começou a comprar dívida pública dos países da zona euro, no início de 2010, num esforço para reduzir a pressão sobre a dívida dos países da moeda única europeia.
Em agosto, o banco voltou a ir ao mercado comprar dívida, quando Itália e Espanha começaram a sentir as pressões dos investidores, que levaram os juros das respetivas dívidas públicas para máximos considerados insustentáveis.
O BCE tem vindo a pressionar os governos da zona euro para que assumam mais responsabilidades na crise de dívida europeia, que já obrigou aos resgates de Portugal, da Irlanda e da Grécia.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, considerou como “imperioso” reforçar os mecanismos de controlo na zona euro e defendeu uma gestão “confederal” das finanças na zona da moeda única.
Com os mercados preocupados com o estado das finanças públicas gregas, depois da missão da “troika” que avalia o programa de reforma e austeridade grego ter dito que Atenas tem que fazer mais para reduzir o déficit, Trichet apelou também para a necessidade “imediata e imperativa” de reforçar os mecanismos de vigilância orçamental na zona euro.

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