Da Redação com Lusa
O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) afirmou nesta segunda-feira que o setor de viagens e turismo vai impulsionar a recuperação econômica em Portugal, ultrapassando os níveis pré-pandêmicos em 2023.
O WTTC, um fórum empresarial mundial da indústria de viagens e turismo, estimou que no próximo ano se verifique um aumento de 4,8% em relação aos resultados de 2019 e o emprego no setor também exceda os níveis do último ano pré-pandêmico.
No último Relatório de Impacto Econômico do WTTC prevê-se que a “contribuição total do setor para o PIB poderá atingir quase 39,5 mil milhões de euros no próximo ano, representando 17,4% do total da economia” nacional.
A indústria deverá criar 3.200 empregos adicionais, para atingir mais de um milhão de postos de trabalho até ao final de 2023.
De acordo com os últimos dados do WTTC, espera-se que o PIB associado às viagens e turismo cresça anualmente a uma média de 3,4% durante a próxima década, mais do triplo da taxa de crescimento de 1,1% da economia global do país, para atingir mais de 50 mil milhões de euros (20,2% do total) até 2032.
Por outro lado, as previsões indicam que este setor seja capaz de criar quase 193.000 empregos nos próximos dez anos, com uma média de mais de 19.000 novos empregos por ano, atingindo mais de 1,1 milhões de postos de trabalho até 2032.
“Após o impacto devastador da Covid-19, Portugal está a mostrar uma forte recuperação e no final deste ano espera-se que a contribuição total do setor para o PIB cresça 54,7%, para mais de 35,8 mil milhões de euros, o que corresponde a 16,2% do PIB total”, pode ler-se no comunicado.
“O emprego no setor [em 2022] deverá crescer 5,6%, para atingir quase mais de 953.000 postos de trabalho”, acrescenta-se na mesma nota.
De acordo com o parceiro na análise de dados do WTTC, a ForwardKeys, “os últimos dados de reserva de voos mostram um verão promissor” para Portugal, já que “os dados de reservas de voos mostram que (…) deverá ser o quarto destino europeu mais popular este Verão, com um aumento anual de 179% de chegadas internacionais”.
Os dados mostram reservas de voos a ultrapassarem os níveis pré-pandêmicos, com reservas dos EUA, Holanda, Dinamarca, e Alemanha a aumentarem, respetivamente, 41%, 36%, 29%, e 11%.
No relatório salienta-se que a contribuição total do setor para o PIB representava 17,1% (37,6 mil milhões de euros) em 2019, baixando para apenas 8,7% (17,4 mil milhões de euros) em 2020, mas que caiu para cerca de metade.
O setor também era responsável por mais de um milhão de postos de trabalho, “antes da pandemia ter posto fim às viagens internacionais, o que resultou numa perda de 160.000 (15,6%), caindo para 850.000 em 2020”.
No documento frisa-se que em 2021 se assistiu ao início da recuperação neste setor, ao subir 32,6% em termos anuais, para atingir 23,1 mil milhões de euros. Contudo, a recuperação de empregos foi mais lenta, com apenas 50.000 empregos criados, atingindo um total de 900.000.
O organismo mundial do turismo sustentou “que a contribuição do setor para a economia e o emprego poderia ter sido mais elevada se não fosse o impacto da variante Ómicron, o que levou a uma recuperação oscilante em todo o mundo, com muitos países a reintroduzirem restrições severas às viagens”.