INE confirma crescimento do PIB de 11,9% no primeiro trimestre

Da redação com Lusa

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou um crescimento de 11,9% no primeiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e de 2,6% em comparação com o trimestre anterior, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Nas contas portuguesa trimestrais divulgadas hoje, o organismo de estatística manteve, assim, a estimativa divulgada em 29 de março.

O INE explica que o crescimento homólogo de 11,9% no primeiro trimestre “reflete um efeito de base, uma vez que, em janeiro e fevereiro de 2021, estiveram em vigor várias medidas de combate à pandemia que condicionaram fortemente a atividade econômica”.

Segundo o INE, o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou significativamente no primeiro trimestre, destacando-se o “crescimento acentuado” do consumo privado, tendo o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB também aumentado, com um “ligeiro abrandamento” das importações de bens e serviços em volume e uma aceleração das exportações de bens e serviços, refletindo a “forte recuperação” do turismo.

“No 1.º trimestre de 2022, a perda nos termos de troca, em termos homólogos, foi mais intensa, contribuindo para a deterioração do Saldo Externo de Bens e Serviços, que se situou em -3,5% do PIB (-2,7% do PIB no 1.º trimestre de 2021)”, refere o organismo de estatística.

Comparando com o trimestre anterior, o PIB aumentou 2,6% em termos reais no primeiro trimestre de 2022, com um contributo da procura interna de 2,2 p.p. para a taxa de variação em cadeia do PIB, enquanto a procura externa líquida manteve um contributo de 0,4 p.p.

Os dados detalhados do INE indicam que o consumo registou uma variação homóloga de 12,6% em volume no primeiro trimestre, após uma variação de 5,4% no trimestre anterior, enquanto face ao quarto trimestre, o consumo privado aumentou 2,1%, verificando-se um crescimento de 6,4% nas despesas em bens duradouros e de 1,7% nas despesas em bens não duradouros e serviços.

Já o investimento em volume registrou um crescimento homólogo de 5,4%, abrandando face ao trimestre anterior.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) total aumentou 5,8% em termos homólogos, uma taxa igual à registrada no quarto trimestre, tendo-se verificado um crescimento mais intenso, em termos reais, da FBCF em construção (+5,3%) e em equipamento de transporte (+15,6%), ao contrário da FBCF em outras máquinas e equipamentos e em produtos de propriedade Intelectual, que desaceleraram, registando variações homólogas de 4,8% e 5,6%, respetivamente.

Quando comparado com o último trimestre de 2021, o investimento total aumentou 3%, tendo a FBCF aumentado 3,3%.

As exportações de bens e serviços em volume aceleraram no primeiro trimestre, registando uma variação homóloga de 18,3% (16,1% no trimestre anterior), taxas associadas à dinâmica de recuperação da componente do turismo, que cresceu 206,7% em termos homólogos (-121,5% no trimestre anterior e -62,9% no 1º trimestre de 2021).

Por outro lado, as exportações de bens abrandaram no primeiro trimestre, para uma variação homóloga de 3,7% (4,6% no 4º trimestre).

Já as importações de bens e serviços em volume aumentaram 13,1% em termos homólogos, taxa inferior em 0,5 p.p. à do trimestre precedente, refletindo o abrandamento das importações de serviços.

Segundo o INE, face ao trimestre anterior, as exportações totais aumentaram 1,7% em termos reais, tendo a componente de bens registado uma variação de 0,5% e a de serviços, 4,2%, enquanto as importações totais registaram uma variação em cadeia de 0,7%.

Desemprego

A taxa de desemprego terá sido de 5,8% em abril, valor idêntico a março, mas abaixo dos 6,9% de abril de 2021, segundo dados provisórios INE.

De acordo com as estimativas mensais de emprego e desemprego do INE, em abril “a taxa de desemprego situou-se em 5,8%, valor igual ao do mês precedente e ao de três meses antes, mas inferior em 1,1 pontos percentuais ao de um ano antes”.

Estas estatísticas reviram ainda em alta a taxa de desemprego de março, passando do valor provisório de 5,7% para 5,8%, “valor superior ao do mês anterior em 0,1 pontos percentuais e inferior ao de três meses antes em 0,1 pontos percentuais e ao de um ano antes em 0,9 pontos percentuais”.

Em abril de 2022, a população ativa (5.183,2 mil) diminuiu 0,1% (5,4 mil pessoas) em relação a março, mas aumentou 2,2% quando comparada com a estimativa de abril de 2021.

De acordo com o instituto de estatística, a diminuição em cadeia da população ativa “resultou da redução da população empregada, em 6,5 mil (0,1%), tendo a população desempregada aumentado em 1,0 mil (0,3%)”. Já o aumento da população ativa (111,0 mil; 2,2%) em relação a abril de 2021 “foi acompanhado por um acréscimo da população empregada (163,0 mil; 3,5%), que mais do que compensou a diminuição da população desempregada (52,0 mil; 14,7%)”.

Segundo salienta, “apesar da diminuição observada em abril de 2022, a população ativa mantém-se próxima do máximo dos últimos 10 anos, registado, em dezembro de 2021 (5.189,9 mil pessoas”).

A população empregada (4.882,7 mil) diminuiu 0,1% em relação ao mês anterior e aumentou 3,5% comparativamente ao mês homólogo de 2021, enquanto a população desempregada (300,4 mil) aumentou em relação ao mês anterior (0,3%) e diminuiu relativamente a abril de 2021 (14,7%).

Quanto à população inativa (2.477,4 mil), registou um acréscimo de 0,2% em relação ao mês anterior e um decréscimo de 4,9% em relação a um ano antes.

Os dados do INE indicam ainda que a taxa subutilização de trabalho se situou em 11,2% em abril, valor igual ao do mês anterior, mas 1,8 pontos percentuais abaixo do mês homólogo de 2021.

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