Por Odair Sene
No interior de São Paulo, representantes da Casa de Portugal de São Carlos estiveram na Câmara Municipal da cidade em 25 de abril, juntamente com membros da Comunidade Portuguesa e autoridades locais para uma Sessão Solene tida como um “justo reconhecimento à contribuição do povo lusitano e seus descendentes ao desenvolvimento da cidade”.
A solenidade aconteceu no Salão Nobre do Legislativo e foi comemorativa ao aniversário de 48 anos da Revolução dos Cravos (movimento liderado pelas Forças Armadas que derrubou o regime salazarista). O presidente da Casa de Portugal Rui Sintra e o presidente do Conselho Deliberativo Antônio Sasso Garcia Filho falaram aos presentes representando a comunidade.
Entre as autoridades anunciadas pelo protocolo, a Dra. Danieli Fernanda Favoretto Valenti, Secretária Municipal de Trabalho Emprego e Renda e representando nessa altura o prefeito Airton Garcia Ferreira, o presidente da CP, Rui Sintra, Jorge Vicente Valentim professor da Universidade Federal de São Carlos, Antônio Sasso Garcia Filho, presidente do Conselho Deliberativo da Casa de Portugal, e o vereador André Rebello, membro da Comissão de Justiça Câmara.
Depois da participação do músico André de Souza cantando o Hino de Portugal, o vereador Azuaite Martins de França, que foi o presidente da sessão representando o presidente da Câmara vereador Roselei Françoso (ausente por motivo de viagem), abriu a solenidade falando da importância de reunir a comunidade (pouca mas representativa), e da sua descendência portuguesa, além da importância do 25 de Abril e sua representatividade para a liberdade e para a democracia.
Depois do presidente falou o professor da Universidade, Jorge Vicente Valentim, seguido pelo Antônio Sasso Garcia Filho (Conselho da Casa) e finalmente pela Dra. Danieli Fernanda Favoretto Valenti.
Após receber uma homenagem em representação a comunidade portuguesa, o presidente da Casa de Portugal, Rui Sintra, foi quem usou da palavra para falar sobre este 25 de Abril.
Rua Sintra lembrou aos presentes que viveu a revolução há 48 anos quando ainda morava em Portugal, lembrou do movimento das Forças Armadas e disse que “o povo valente não sabia o significado da palavra ‘liberdade’ e muito menos da palavra ‘democracia’, mas sabia o que era ‘sofrer’ e foi a partir desse dia que as cortinas da liberdade se abriram, e os portugueses se reinventaram”, completando que “essa alegria não apagou, e não apagará jamais as memórias, as lembranças de uma ditadura que durou mais de 40 anos em Portugal”, ressaltando que o país se manteve neutro na segunda guerra mundial e se recusou em conceder independência às suas colônias em África (Moçambique, Guiné-Bissau e Angola) “alimentando desta forma por longos anos, guerras que não faziam qualquer sentido e que ceifaram a vida de centenas de milhares de jovens competentes de ambos os lados”, disse.
Rui Cintra falou bastante sobre a história política portuguesa e por essas questões políticas, pelo salazarismo, pela falta de liberdade, muitas pessoas acabaram saindo de Portugal em tempos difíceis que antecederam a revolução de 1974.
Neste sentido, a evolução de modo geral ficou mais patente a partir da revolução, “haja visto os avanços sociais ocorridos a partir desse ano 1974, principalmente na saúde, na educação, na liberdade das mulheres e até na mudança de valores que transformaram o país ao que é hoje, e que se apresenta completamente irreconhecível em relação ao que era há 48 anos atrás”.
Por fim a música “Grândola, Vila Morena” que se tornou o hino da Revolução de 1974 foi cantada pelo músico André de Souza (de São Carlos), finalizando a solenidade com promessa do presidente da sessão Azuaite, de que esta comemoração fará parte do calendário oficial da Câmara, e ainda defendeu que a Casa de Portugal deve ter seu endereço fixo (uma sede) na cidade: “e terá” reforçou.