Da Redação com Lusa
A soprano Elisabete Matos (PS), Tiago Moreira de Sá (PSD), o médico veterinário Pedro Frazão (Chega) ou o economista Carlos Guimarães Pinto (IL), são algumas das caras novas no novo parlamento saído das eleições legislativas de domingo.
Segundo os resultados provisórios das legislativas (que ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), para além da maioria absoluta do PS, com 117 dos deputados do hemiciclo, registrou-se o crescimento de forças políticas recentes, como o Chega ou a Iniciativa Liberal – que passaram da representação única para 12 e 8 deputados respectivamente.
Na bancada do PS, maioritariamente de continuidade, encontram-se algumas caras novas, nomeadamente a soprano Elisabete Matos, eleita pelo círculo de Braga – distrito onde o partido foi o mais votado e conseguiu aumentar para nove o número de deputados.
Elisabete Matos já afirmou à agência Lusa que cumprirá o mandato de diretora do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) (que assumiu em outubro de 2019 e termina a 30 de setembro) e que, até lá, não acumulará funções.
Entre as estreias na bancada socialista está também a de Sérgio Monte, 65 anos, número oito por Lisboa, secretário-geral adjunto da UGT (União Geral de Trabalhadores) e técnico de tráfego e condução.
À direita, no grupo parlamentar do PSD, apesar da derrota nas eleições, entre os 76 deputados eleitos em território nacional encontram-se algumas caras novas. É o caso de Joaquim Miranda Sarmento, 43 anos, que chegou a ser apelidado de “Centeno” de Rui Rio, nas legislativas de 2019.
Porta-voz do partido para as questões relacionadas com Finanças Públicas, Miranda Sarmento é também presidente do Conselho Estratégico Nacional (CEN) dos sociais-democratas.
A este junta-se Tiago Moreira de Sá, professor associado na Universidade Nova de Lisboa e coordenador da área dos Negócios Estrangeiros do CEN, e ainda Joaquim Pinto Moreira, antigo presidente da Câmara Municipal de Espinho e um dos principais apoiantes de Luís Montenegro, que concorreu à liderança do partido contra Rui Rio.
Pelo círculo de Aveiro foi também eleito António Topa Gomes, sobrinho do deputado António Topa, que faleceu no final da legislatura cessante.
Depois de em 2019 terem conquistado pela primeira vez um lugar na Assembleia da República, André Ventura, do Chega, e João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, passam agora a ter companhia em São Bento.
Por Lisboa, para além de Ventura, o Chega elegeu Rui Paulo Sousa, 54 anos, vogal da direção do partido, e Rita Matias, jovem de 23 anos, líder da Juventude Chega.
Filha do presidente do Pró-Vida e assessor de André Ventura na Assembleia da República, Manuel Matias, Rita Matias já passou pela Juventude Popular no seu percurso político e é formada em Ciência Política.
Pelo círculo de Santarém, o Chega elegeu Pedro Frazão, 46 anos, médico veterinário de Lisboa e vice-presidente do partido. É também membro da Opus Dei e colaborador do ‘site’ “Voz Ibérica”, órgão de comunicação associado à extrema-direita portuguesa e espanhola. Pedro Frazão esteve envolvido recentemente numa polêmica com a deputada não inscrita (ex-Livre) Joacine Katar Moreira devido a uma publicação ofensiva no Twitter na qual alterou um autocolante que se encontrava na porta do gabinete da deputada não-inscrita no qual se lia “Descolonizar este lugar”.
Rui Afonso, bancário, membro do Conselho Nacional do Chega e líder da distrital do partido no Porto, é outra das caras novas e Diogo Pacheco Amorim, 72 anos, que na legislatura anterior já tinha substituído Ventura no parlamento, regressa agora como deputado em funções.
Considerado um dos ideólogos do Chega, o ex-CDS-PP é conhecido por ter feito parte do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP) que operou atentados bombistas após o 25 de Abril.
O partido de extrema-direita elegeu também Jorge Valsassina Galveias (Aveiro), Filipe Melo (Braga), Pedro Pinto (Faro) e Bruno Nunes.
Entre os novos sete deputados da Iniciativa Liberal destaca-se Carlos Guimarães Pinto, 38 anos, ex-presidente do partido, economista, a quem se junta Carla Castro, 43 anos, também economista, doutorada em gestão e coordenadora do Gabinete de Estudos da IL.
Rodrigo Saraiva, consultor de comunicação, chefe do gabinete da equipa parlamentar da IL e membro fundador do partido, Patrícia Gilvaz, 24 anos, jurista ou ainda Bernardo Blanco, 26 anos, assessor parlamentar do partido, são outras das novas caras.
Por Braga, o partido elegeu Rui Rocha, licenciado em Direito e por Setúbal foi eleita Joana Cordeiro, 37 anos, gestora de marketing.
Estreia-se também no parlamento o dirigente e fundador do Livre Rui Tavares, 49 anos, historiador, atual vereador sem pelouro na Câmara de Lisboa e ex-eurodeputado independente eleito pelo BE entre 2009 e 2014.