Da Redação com Lusa
A secretária portuguesa do Turismo, Rita Marques, defendeu em Madrid que o setor turístico português deverá atingir em 2023 o nível de receitas que tinha em 2019, o ano anterior ao da pandemia de covid-19.
A responsável governamental assistiu à inauguração da Feira Internacional do Turismo de Madrid (Fitur), uma das mais importantes para o setor a nível internacional, numa cerimônia presidida pelo Rei de Espanha, Felipe VI, que, entre outros, também visitou os expositores portugueses presentes.
Rita Marques indicou que em 2021 o setor do turismo português conseguiu alcançar os 50% das receitas de 2019, no final do corrente ano espera atingir os “70 a 75%”, para que em 2023 seja possível igualar as entradas de 2019.
Na 42.ª edição da Fitur, que vai estar aberta até domingo, estão presentes 107 países e quase 7.000 empresas no centro de exposições da Feira Internacional de Madrid (Ifema), com o objetivo de “impulsionar o crescimento do turismo” quase dois anos após o início da pandemia de covid-19.
“(A Fitur) é mais uma oportunidade para darmos a conhecer a nossa oferta, para dar confiança aos nossos empresários e a todos os que nos visitam”, disse a secretária de Estado do Turismo, que também sublinhou a “importância” do mercado espanhol, “dado a sua aproximação e entrosamento com o português”.
O mercado espanhol foi o segundo mais importante em 2021 a nível de dormidas e, segundo Rita Marques, Portugal continua “a trabalhar muito não só para atrair os espanhóis, mas também todos os que aterram em Espanha” vindos de outros países.
Esses turistas “de outras geografias mais longínquas podem descobrir não só Espanha, mas também Portugal, através de uma oferta integrada, uma oferta ibérica integrada”, explicou a secretária de Estado.
Portugal participa na Fitur com 52 empresas, sete regiões de turismo e o Turismo de Portugal com um ‘stand’ nacional que tem uma área de 682 metros quadrados.
Para o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, também presente na sessão inaugural da Fitur, esta feira é importante “porque Espanha é o principal mercado de Portugal a nível das dormidas”, e também porque é um “mercado de proximidade” e ainda “um mercado que está a redescobrir Portugal”.
“É importante virmos cá com ideias e produtos novos”, concluiu Luís Araújo, que à margem da Fitur apresentou o projeto “Viagem a Portugal Revisited”, uma aposta do Turismo de Portugal para promover as “rotas literárias” do país.
O Turismo de Portugal e a Fundação José Saramago são parceiros neste projeto que consiste numa “reconstrução”, por autores contemporâneos nacionais e internacionais, dos roteiros percorridos na obra homônima pelo escritor português, que este ano faria 100 anos.
Segundo o organismo que promove o Turismo, pretende-se “colocar Portugal no mapa dos destinos literários”.
De acordo com dados divulgados na terça-feira pela Organização Mundial do Turismo (OMT) a chegada de viajantes internacionais em todo o mundo teve um crescimento de 4% em 2021, mas este número é 72% inferior ao registado antes da pandemia de covid-19.
Segundo o último Painel de Peritos da OMT, a maioria dos profissionais de turismo (61%) indica haver melhores perspetivas para 2022 e a maioria dos peritos (64%) estima que as chegadas internacionais regressem aos níveis de 2019 “em 2024 ou mais tarde”, contra apenas 45% no inquérito de setembro.
Com a República Dominicana como país parceiro, a Fitur deste ano deverá acolher cerca de 90.000 pessoas, 60.000 das quais profissionais, entre quarta e domingo, sendo os primeiros três dias abertos apenas aos profissionais do setor e o fim de semana também ao público, como é habitual.