Da Redação com Lusa
O primeiro-ministro cabo-verdiano traçou o objetivo de Cabo Verde posicionar-se internacionalmente como um destino turístico verde e garantiu que o país enfrenta a retoma da procura turística no pós-pandemia mais bem preparado.
“Nós estamos a fazer com esta retoma seja não uma reprodução, igual ao que existia antes, mas que seja ainda melhor, relativamente a tudo aquilo que Cabo Verde pode oferecer para o desenvolvimento de um turismo sustentável e que seja de facto um acelerador do desenvolvimento”, afirmou Ulisses Correia e Silva, no lançamento do Programa Operacional do Turismo (POT), em São Lourenço dos Órgãos, ilha de Santiago.
Cabo Verde depende das receitas do turismo, que garantem 25% do Produto Interno Bruto e do emprego, após o recorde de 819 mil turistas em 2019, procura que caiu mais de 60% no ano seguinte, devido à pandemia de covid-19, mas que apresenta desde o último trimestre de 2021 alguns sinais de recuperação.
“Estamos convencidos que o turismo é dos setores que mais rapidamente se vai recompor. Precisa da retoma de fluxos, precisa de confiança”, observou o chefe do Governo.
“Queremos ter um turismo verde. Verde como Cabo Verde, não é só uma questão de cor, é do conceito. Levar lá onde tivermos de levar o máximo de energias renováveis, bom saneamento, boas qualificações e fazer com que Cabo Verde seja reconhecido – isto aumenta a nossa notoriedade – como um destino turístico verde, que acolhe bem, mas acolhe em bom ambiente”, acrescentou, como exemplo dos conceitos defendidos no POT, para implementação a médio prazo e que conta com o apoio do Banco Mundial.
Ulisses Correia e Silva garantiu tratar-se de um programa cuja “centralidade” é promover o empreendedorismo no setor do turismo, a formação e a qualificação, bem como a requalificação da oferta, congregando vários planos estatais, parceiros públicos, privados e organizações internacionais, mas também potenciando novas ofertas turísticas, além do habitual sol e praia, nas ilhas do Sal e da Boa Vista, reforçando a promoção turística internacional de Cabo Verde e promovendo o potencial das restantes ilhas.
Acrescentou que o POT aposta em medidas para dar qualidade e organização ao turismo em Cabo Verde, mas também na logística da distribuição da produção agroalimentar interna para fornecer o setor hoteleiro e assim “criar valor” nas restantes cadeias produtivas, tendo em conta que o turismo “deve ser um setor arrastador de outros setores”.
Outro das apostas do programa, na componente da diversificação da oferta e do alargamento da promoção a todos as ilhas, disse ainda o primeiro-ministro, é o turismo rural, de natureza e cultural: “Nós temos nestas ilhas potenciais adormecidos, que podem ser de facto acordados, no bom sentido, transformando aquilo que são recursos em valor”.
Neste plano, a promoção de Cabo Verde com um “destino seguro”, do ponto de vista sanitário e físico, continua a ser prioritário, assegurou.
De acordo com o ministro do Turismo, Carlos Santos, o POT é um “instrumento de planeamento com vários projetos para materializar a visão do Governo para setor”, até 2030.
“Ao nível das infraestruturas, qualificação de subprodutos do destino, aposta no marketing digital para promover o país, articulação entre atores, público e privado e não governamental, e recursos humanos”, apontou.
Carlos Santos assegurou que o Governo assume o “firme propósito de diversificar o produto turístico cabo-verdiano” a “densificar pelo território”, com prioridade ao “turismo sustentável” e de preservação dos recursos ambientais.