Da redação com Lusa
O Governo brasileiro informou na quinta-feira que está “disposto a cooperar” para o fortalecimento das forças moçambicanas que enfrentam o terrorismo na província de Cabo Delgado, no norte do país africano.
A declaração foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil na rede social Twitter, onde foram partilhadas fotografias de um encontro entre o chefe da diplomacia brasileira, Carlos França, e a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
A província de Cabo Delgado é aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns dos ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
“Moçambique é um dos principais parceiros de cooperação técnica do Brasil. Os ‘chanceleres’ conversaram sobre comércio e investimentos, cooperação em saúde e coordenação em órgãos multilaterais”, acrescentou a tutela no Twitter.
“Símbolo dessa relação benéfica a nossos povos foi a doação brasileira de 100 mil euros ao Programa Mundial de Alimentos em Moçambique, em junho último, com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar na província de Cabo Delgado”, concluiu o executivo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro.
Apesar de a comitiva de Jair Bolsonaro já ter regressado ao Brasil após a participação na 76.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o ministro Carlos França continuou em território norte-americano, onde deverá permanecer até esta sexta-feira, tendo-se reunido com governantes do Peru, com quem discutiu a cooperação no combate à pandemia, incluindo a produção local de vacinas e campanhas de vacinação na Amazônia, ou da Costa Rica, que resultaram num memorando de entendimento sobre o estabelecimento de mecanismo de consultas políticas.
Carlos França manteve a agenda em Nova Iorque mesmo tendo estado em contato com o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, que testou positivo à covid-19 na terça-feira, antes de a comitiva presidencial regressar ao Brasil, e que se encontra em isolamento nos EUA.
Já Jair Bolsonaro, e cerca de 50 pessoas que integravam a sua comitiva, foram recomendados ao isolamento na capital brasileira, onde o grupo desembarcou após a viagem.