Da redação com ONU
O presidente do Brasil foi o primeiro chefe de Estado a discursar na abertura da 76ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, 21 de setembro.
Em Nova Iorque, Jair Bolsonaro disse que estava apresentando um “novo Brasil”, que seria diferente daquilo que é “publicado em jornais ou visto em televisões”.
“Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção. Nossas estatais davam prejuízos de bilhões de dólares, hoje são lucrativas.” Confira vídeo do discurso completo>>
Segundo Bolsonaro, a credibilidade do país já foi recuperada e mencionou US$ 100 bilhões em novos investimentos. Cerca de US$ 6 bilhões foram gerados em contratos privados para ferrovias e o leilão para a implementação da tecnologia 5G no país, que será realizado em breve.
Esta foi a terceira vez que o presidente do Brasil discursou na Assembleia Geral da ONU. Jair Bolsonaro afirmou que o Código Florestal brasileiro deve “servir de exemplo para outros países” e convidou os líderes mundiais para visitarem a Amazônia.
Sobre a crise mundial de refugiados, Bolsonaro lembrou que o Brasil já acolheu 400 mil venezuelanos e que agora, irá conceder “visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes” do Afeganistão.
O presidente destacou que a pandemia de Covid-19 “pegou a todos de surpresa em 2020”. Ele lamentou todas as mortes ocorridas no Brasil e no mundo e afirmou que sempre defendeu “combater o vírus e o desemprego de forma simultânea”.
“No Brasil, para atender àqueles mais humildes, obrigados a ficar em casa por decisão de governadores e prefeitos e que perderam sua renda, concedemos um auxílio emergencial de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020.”
Jair Bolsonaro afirmou ainda que foram criados 1,8 milhão de novos empregos no Brasil este ano.
Ainda sobre a Covid-19, o presidente afirmou que o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacina e que 90% da população adulta já recebeu, pelo menos, a primeira dose.
Mundo acorda
“Estou aqui para tocar o alarme. O mundo precisa acordar” – foi assim que o secretário-geral da ONU iniciou seu discurso na abertura da sessão de alto nível da ONU. António Guterres enviou uma mensagem aos líderes globais, lamentando que o mundo “nunca esteve tão ameaçado nem tão dividido”.
O chefe da ONU mencionou fotografias que mostram vacinas contra a Covid-19 no lixo, com prazo de validade vencido e criticou a desigualdade na distribuição dos imunizantes.
Guterres lembrou que enquanto a maioria dos países ricos está vacinada, mais de 90% dos africanos ainda esperam receber a primeira dose. Para o secretário-geral, “isto é uma obscenidade” e destacou que o mundo “passou no teste da ciência, mas está ganhando nota F em Ética”.
A mudança climática também foi um dos pontos altos do discurso do secretário-geral. Aos países-membros da ONU, ele lembrou ser preciso cortar 45% das emissões de gases até 2030.
António Guterres lamentou ainda que ao “invés de um caminho de solidariedade, o mundo caminha para um reta final de destruição”. Mas o chefe da ONU ainda tem esperanças e também afirmou que agora é a hora da verdade e o momento de se restaurar a confiança.
O chefe da ONU mencionou as crises no Afeganistão, na Etiópia, em Mianmar, no Iêmen, na Líbia e na Síria. Para combater a impunidade, Guterres pediu mais investimentos em prevenção de conflitos, combate ao terrorismo e construção da paz.
António Guterres quer também fez um apelo para que haja pontes para acabar com as divisões climática, entre ricos e pobres, entre os gêneros e digital. Ele pediu que todas as pessoas do mundo tenham acesso à internet até 2030.