Portugal confiante na retoma do Turismo com regiões próximas de níveis pré-pandemia

Vale do Coa, Centro Portugal

Da Redação com Lusa

A secretária de Estado do Turismo mostrou-se nesta sexta-feira confiante no aumento de turistas no interior de Portugal, exemplificando com o Museu e Parque Arqueológico do Côa, onde o número de visitantes se aproxima do nível de 2019, pré-pandemia.

“Estamos a viver tempos de pandemia, mas numa fase muito diferente da verificada há um ano. O plano de vacinação está a progredir de forma muito satisfatória e temos vindo a assistir a uma abertura gradual no setor do turismo e sempre em segurança. Dou como exemplo o Museu e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, que já está como números idênticos aos registrados em 2019, e em igual período do ano”, concretizou Rita Marques.

Os dados do mês de junho de 2019 na região levam a governante a identificar uma fase de “retoma turística que se aproxima dos números antes pandemia”.

Rita Marques falava à margem do 11º aniversário do Museu do Côa e da apresentação da nova embarcação movida a energia solar, que vai dar uma nova forma de visitação às gravuras rupestres do Vale do Côa, no distrito da Guarda​​​​​​

A nova embarcação ostenta o nome do malogrado presidente da Fundação Côa Parque (FCP), Bruno Navarro, que morreu vítima de doença súbita no final de janeiro de 2021.

A secretária de Estado do Turismo vincou ainda que o setor “nunca parou de diversificar a sua oferta”​​​​​​​, com “novos produtos e novas atrações como é caso deste exemplo no Vale do Côa”.

Rita Marques disse mesmo que ao longo dos últimos anos​​​​​​​ Vila Nova de Foz Côa tem apostado no turismo arqueológico de forma sustentada.

“Esta nova embarcação solar, no estrito cumprimento de todas as normas ambientais, é mais um bom exemplo”, vincou a governante.

Por seu lado, o presidente do Turismo do Porto e Norte, Luís Pedro Martins, afirmou que a embarcação movida a energia solar permitirá captar ainda mais turistas para regiões do interior.

“É importante aumentar a média de estada nestes sub-destinos como é a região do Douro, Trás -os Montes e Minho. No território do Vale do Côa já havia excelentes conteúdos para os visitantes, que ficaram reforçados com esta nova embarcação”, frisou.

O rio Côa passa assim a ter uma embarcação com capacidade para 12 pessoas, movida a energia solar, que resulta de um investimento de 60 mil euros financiado por fundos provenientes do Turismo de Portugal.

O processo de escolha do modelo da embarcação representa uma aposta na sustentabilidade do território do Vale do Côa e do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PACV), que assinala 25 anos de existência no próximo dia 10 de agosto.

A presidente da FCP, Aida Carvalho, disse que a viagem a bordo na nova embarcação vai permitir a leitura das gravuras rupestres, com mais de 25 mil anos, que é diferente se for feita do rio para as suas margens, devido à perspectiva.

A embarcação está pronta a receber visitantes e vai operar num troço de rio de mais de três quilómetros, entre o novo cais da Canada do Inferno e o novo sítio de visitação, onde se encontra o maior painel de arte rupestre ao ar livre conhecido​​​​​​​, localizado no ponto arqueológico do Fariseu.

Aida Carvalho destaca ainda o potencial deste tipo de turismo, já que conjuga uma atividade ao ar livre, o uso de produtos endógenos e a descoberta de um patrimônio único, classificado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

A embarcação tem sete metros de comprimento, capacidade para 12 pessoas, é autossustentável e atinge uma velocidade de cruzeiro na casa dos cinco nós (cerca de 9,2 quilômetros por hora).

Esta embarcação vai começar a operar de forma permanente na quinta-feira, com duas visitas diárias agendadas para as 09.30 e as 14:30. Segundo a presidente da FCP, o preço de cada viagem será de 25 euros para os adultos e de 20 euros para os visitantes até aos 18 anos.

O PAVC foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Patrimônio da Humanidade, pela UNESCO.

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