Da Redação com Lusa
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou nesta sexta-feira a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades.
“A DGS recomenda a vacinação prioritária dos adolescentes entre os 12 e os 15 anos de idade com comorbilidades associadas a doença grave”, anunciou em conferência de imprensa a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, no seguimento de um parecer da Comissão Técnica de Vacinação Covid-19.
A DGS considera que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, remetendo o acesso universal destas idades para mais tarde.
Na Madeira, a partir de sábado cerca de 20 mil crianças e jovens entre os 12 e os 17 anos devem ser vacinados, seguindo as regras da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo o presidente do Governo Regional.
“Estamos a seguir as regras da Organização Mundial de Saúde (OMS) e os passos que outros 15 países do Ocidente estão a trilhar”, disse Miguel Albuquerque.
A Madeira anunciou que vai começar a vacinar esta faixa etária num ‘open day’ (sem agendamento prévio), começando sábado no Centro de Vacinação do Funchal.
“Estamos a tentar vacinar os nossos jovens”, salientou Albuquerque, recordando que a covid-19 “continua a afetar” os mais novos e que a região registrou 1.631 casos de crianças e jovens entre os zero e os 17 anos que contraíram e propagaram a doença.
Albuquerque mencionou também que “os jovens ao contraírem a doença são focos de propagação que podem contaminar os mais velhos, mais vulneráveis, incluindo os que já tem a dupla vacinação”.
O presidente do Governo da Madeira realçou que “a vacinação não é obrigatória”, declarando serem compreensíveis os “receios” de alguns pais, os quais instou a que se informem junto do médico de família.
Açores não
Já o secretário da Saúde do Governo dos Açores, Clélio Meneses, disse hoje que a vacinação contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades não está prevista “para já” na região.
Clélio Meneses disse que seria “extemporâneo” anunciar a vacinação naquela faixa etária, uma vez que o “objetivo” do Governo dos Açores é chegar “ao final de agosto com 70% da população” vacinada.
Por outro lado, o secretário regional da Saúde disse esperar o surgimento de novos dados científicos, nas “próximas semanas”, para que seja possível “tomar uma decisão com segurança”.
“Até atingirmos a vacinação de 70% da população esperamos que haja evidência científica de segurança de vacinar a população entre os 12 e os 16 anos”, indicou.
Concelhos
40 concelhos portugueses registraram uma incidência superior a 480 casos de infecção pelo vírus SARS-COV-2 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, um novo nível da matriz de risco de monitorização da pandemia de covid-19.
Na quinta-feira, o Conselho de Ministros definiu que o nível de risco na matriz de monitorização da pandemia de covid-19 passa a fixar-se em 480 casos por 100 mil habitantes a 14 dias em vez dos atuais 240.
Por outro lado, o primeiro-ministro anunciou três fases no processo “de libertação da sociedade e da economia” das restrições impostas por causa da pandemia, que se estendem entre 01 de agosto e outubrsTo, e que, a partir de domingo, as regras seriam iguais em todo o território continental, deixando de haver medidas diferenciadas por concelhos.
A Direção-Geral da Saúde continua, por sua vez, a divulgar dados por concelhos com referência à incidência cumulativa que “corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada”.
Esta lista apresenta os dados da incidência cumulativa a 14 dias em sete níveis: abaixo de 20, entre 20,0 e 59,9, entre 60,0 e 119,9, entre 120,0 e 239,9, entre 240,0 e 479,9, entre 480 e 959,9 e acima de 960.
Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgado, Portugal tem 232 concelhos com uma incidência superior a 120 casos de infeção pelo vírus SARS-COV-2 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mais 20 do que na última sexta-feira.
Destes 232 concelhos, 40 registam incidência cumulativa a 14 dias superior a 480 casos entre 15 e 28 de julho.
Acima do limiar máximo e mais de 960 casos por 100 mil habitantes, de acordo com as categorias definidas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), estão quatro concelhos: Albufeira (1.100), Loulé (993), Portimão (1.183) e Sines (1.364).
Os dados da DGS indicam ainda que, nos últimos 14 dias, 90 concelhos ultrapassaram os 240 casos de infeção por 100 mil habitantes.
Sem qualquer caso de infeção pelo novo coronavírus nos últimos 14 dias estão agora seis concelhos: Santa Cruz das Flores, Barrancos, Nisa, S. Vicente, Corvo e Vila Velha de Rodão.
Na nota explicativa dos dados por concelhos é referido que a incidência cumulativa “corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.202.179 mortos em todo o mundo, entre mais de 196,5 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.344 pessoas e foram registrados 966.041 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.