Mundo Lusíada com Lusa
O primeiro-ministro e o chefe de Estado de Portugal reuniram-se nesta manhã com o vice-presidente do Brasil, para debater o reforço das relações bilaterais e o objetivo de aproximação entre Europa e América Latina.
Este encontro, entre Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, pela parte de Portugal, e o general Hamilton Mourão, pela parte brasileira, aconteceu pouco antes do início da XIII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Luanda.
“Encontrei-me, juntamente com o Presidente da República, com o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão”, divulgou o primeiro-ministro português, na sua rede social Twitter.
Segundo António Costa, a reunião com o “número dois” do Estado brasileiro foi “uma conversa positiva sobre o reforço das relações econômicas, científicas e culturais entre dois países que, mais do que quaisquer outros, aproximam a Europa e a América Latina”.
Encontrei-me, juntamente com o Presidente da República, com o VP do #Brasil, @GeneralMourao. Foi uma conversa positiva sobre o reforço das relações económicas, científicas e culturais entre dois países que, mais do que quaisquer outros, aproximam a Europa e a América Latina. pic.twitter.com/4w5qSpYk1z
— António Costa (@antoniocostapm) July 17, 2021
Na quinta-feira, logo à chegada a Luanda, o Presidente português, em declarações aos jornalistas, rejeitou que exista um afastamento progressivo do Brasil em relação à CPLP, considerando mesmo que está agora “numa onda de maior aposta” nesta organização internacional.
Na cimeira de Luanda da CPLP, o Brasil está representado por Hamilton Mourão, de 67 anos, substituindo o chefe de Estado, Jair Bolsonaro, que está internado em hospital de São Paulo.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que não é verdadeira essa ideia de afastamento do Brasil em relação à CPLP, dando como exemplo as participações do anterior chefe de Estado brasileiro, Michel Temer, que esteve nas cimeiras de Brasília e de Cabo Verde.
“Para esta cimeira, em Luanda, está o vice-presidente, uma personalidade particularmente forte na estrutura institucional brasileira. São públicos e notórios os problemas de saúde do presidente brasileiro”, respondeu.
Tendo ao seu lado o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se aos resultados de um recente encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil.
“Fiquei com a ideia de que o Brasil está numa onda de maior aposta na CPLP e não na onda que tradicionalmente se dizia, a qual passaria por olhar para esta realidade de uma maneira bilateral. Não, a minha convicção é que o Brasil acompanha esta passo multilateral: Fazer-se o que se tem a fazer em conjunto”, sustentou.
Bilateral
Aos jornalistas, Antonio Costa disse que também há progressos ao nível das relações luso-brasileiras e referiu que esta manhã, após o encontro com vice-presidente do Brasil.
“No final deste mês, o Presidente da República vai participar na reinauguração do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo – um marco importante para a cultura lusófona, depois da tragédia que foi o incêndio neste espaço. Todos colaborámos na reconstrução desse museu”, observou.
O líder do executivo português afirmou mesmo acreditar que se está perante “um relançamento das relações entre Portugal e o Brasil, que para o ano terão o momento alto com a celebração do bicentenário da independência do Brasil”, acrescentou.
Aniversário
António Costa completa hoje 60 anos em dia de cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e o presidente anfitrião, João Lourenço encarregou-se de organizar, no Palácio Presidencial, um jantar para festejar o seu aniversário.
O primeiro-ministro português afirmou ter ficado “muito sensibilizado” por o presidente de Angola, João Lourenço, organizar seu jantar de aniversário, mas entende esse gesto, sobretudo, como sinal diplomático sobre as “excelentes” relações luso-angolanas.
“Acho que é um gesto carinhoso, simpático que me sensibiliza muito da parte do Presidente João Lourenço e que é, sobretudo, um sinal da excelente relação que hoje existe entre todos nós”, declarou o líder do executivo português em declarações aos jornalistas à margem da XIII cimeira, em Luanda.
Para António Costa, o jantar desta noite, “mais do que propriamente uma festa pessoal, trata-se de um gesto diplomático de grande alcance e significado sobre a intimidade das relações entre Portugal e a Angola, entre os portugueses e os angolanos”.
“Reflete também a forma como a CPLP parte daqui desta cimeira de Luanda para a nova presidência angolana num novo espírito, o que é muito positivo”, considerou o primeiro-ministro.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP, que hoje celebra 25 anos.