Da redação
A cidade de Santos estará na rota da expedição ‘Voz dos Oceanos’, da família brasileira Schurmann, iniciativa que deve durar dois anos e vai testemunhar e registrar a situação do resíduo plástico nos oceanos, buscar soluções inovadoras para a poluição marinha e conscientizar governos e pessoas para a necessidade de medidas urgentes.
A escolha da Cidade se deu por ser uma das mais importantes do litoral brasileiro, a maior da região e referência portuária para o país, explica David Schurmann, um dos líderes da iniciativa.
“Sua relevância regional, bem como para diversas atividades relacionadas ao mar, faz do Município um ponto importante para ecoarmos a Voz dos Oceanos, ampliando a conscientização e o engajamento em prol dos nossos mares”, disse.
Com apoio global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o projeto, que envolverá ainda ações de empreendedorismo e educação, começará em Santa Catarina, de onde a família parte em 15 de agosto e tem como destino a Nova Zelândia. Eles vão parar em algumas cidades brasileiras para eventos.
Em Santos, chegarão em setembro, quando captarão conteúdo audiovisual para auxiliar na conscientização e mobilização da sociedade para a causa oceânica. Também realizarão atividades em terra e mar, a serem confirmadas nos próximos meses, conforme o controle e as medidas de segurança relacionadas à pandemia.
“Para a Cidade é importante ter sido escolhida, porque demonstra o reconhecimento das iniciativas aqui desenvolvidas, além de permitir reforçar uma série de ações de educação ambiental”, ressalta o secretário de Meio Ambiente, Márcio Gonçalves Paulo.
LOCAIS ESTRATÉGICOS
A expectativa é de que a expedição alcance até 40 locais estratégicos no planeta, incluindo a costa brasileira, Fernando de Noronha, Estados Unidos (Nova Iorque), Caribe e outros pontos da América Central, ilhas do Pacífico e Nova Zelândia.
A bordo do veleiro sustentável Kat, a família Schurmann também navegará para áreas conhecidas como “giroscópios”, onde as correntes marinhas convergem e agrupam uma coleção de detritos plásticos provenientes de todo o mundo.
“É preciso entender que não existe ‘jogar fora’, tirando o problema de vista, pois tudo converge para um mesmo lugar: o nosso planeta. Essa situação vai além da tartaruga e do golfinho. É a vida humana que está em jogo. Quem vive no litoral, principalmente em uma cidade do porte de Santos, percebe com mais clareza os efeitos nocivos do descarte incorreto de resíduos”, acrescentou David, que integra a família ao lado dos irmãos Pierre e Wilhelm, e os pais Heloísa e Vilfredo Schurmann.
Esta é a primeira etapa do projeto, que deve durar 24 meses de expedição focada no problema do descarte de plástico nos oceanos, visando mobilizar governos, setor privado e população para limpar os oceanos.
A expedição será também uma plataforma para que cientistas, pesquisadores e ONGs possam embarcar com a família Schurmann e, assim, realizar pesquisas “in loco” nos mares e ilhas do mundo. Busca, ainda, conscientizar as pessoas para mudarem seus hábitos de consumo, principalmente em relação ao uso de plásticos descartáveis.
CELEBRAÇÃO
A família Schurmann celebra 37 anos da primeira expedição em um veleiro, que durou 10 anos (1984 – 1994) e deu uma volta ao mundo completa, iniciando no Brasil, percorrendo os mares das Américas, Oceania, Ásia e África até retornar ao país. O objetivo inicial foi a realização de um sonho particular de dar a volta ao mundo a bordo de um veleiro.