Mundo Lusíada
Com Lusa
Neste sábado, o presidente do Governo Regional da Madeira disse que o acolhimento de três doentes com covid-19 no hospital madeirense vindos do continente é um ato de “humanismo e decência” que nada tem a ver com política.
“A questão nem sequer é política, a questão é apenas de princípios e valores que a sociedade deve praticar. Numa situação de emergência há valores que se devem sobrepor a divergências políticas e aos partidos”, disse Miguel Albuquerque à margem de uma visita a uma exploração agrícola.
“Eu acho que a decência e o humanismo devem imperar em situações como as que estamos a viver hoje”, disse, admitindo que, caso a Madeira tenha reserva garantida, poderá vir a acolher mais doentes de covid-19 do continente.
“Nós, neste momento, temos apenas 11 doentes, incluindo os que vieram do continente, em cuidados intensivos, temos cerca de 50 camas, vamos ver”, admitiu.
Esta transferência decorreu na sequência da disponibilidade manifestada pela Região Autónoma da Madeira para receber doentes críticos do Serviço Nacional de Saúde do continente, sendo que o transporte aéreo foi assegurado pelo Ministério da Defesa Nacional, através de um avião C-130 da FAP.
A região autónoma dispõe de 228 camas para a área covid-19, em dois hospitais do Funchal, e tem capacidade para tratar 47 doentes em cuidados intensivos.
Dois dos doentes transferidos para a Madeira estavam internados no Hospital Beatriz Ângelo e um no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Os três pacientes já se encontram no Hospital dr. Nélio Mendonça, no Funchal, onde chegaram cerca das 21:30.
Na Madeira
Neste sábado, a Madeira registrou 98 novos casos de covid-19, passando a contabilizar 2.007 infecções, e mais quatro óbitos elevando para 44 as mortes associadas à doença, revelou hoje a Direção Regional de Saúde (DRS).
Em comunicado, a DRS reportou 98 novos casos positivos de infecção pelo novo coronavírus, tratando-se de um caso importado da região de Lisboa e Vale do Tejo e 97 casos de transmissão local, passando a região a contabilizar 5.084 infetados confirmados.
O organismo adiantou haver mais quatro óbitos, dois homens e duas mulheres, entre os 80 e 88 anos, com comorbilidades associadas e que estavam a ser acompanhados pelos profissionais de saúde afetos à Unidade Polivalente da covid-19, no Hospital Dr. Nélio Mendonça.
A região contabiliza até à data, um total de 44 óbitos associados à covid-19.
Segundo a secretaria regional, nenhuma destas mortes têm a ver com os três doentes transferidos sexta-feira do continente para o hospital do Funchal.
Dobro de mortes
Portugal quase duplicou o número de óbitos por covid-19 em 30 dias, passando de 6.906 mortes, registradas no boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), de 31 de dezembro, para o total de 12.179, assinaladas neste sábado.
No dia 31 de dezembro, a DGS referia um aumento de 66 óbitos face ao dia anterior. Desde essa data, o número de mortes por SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas foi subindo quase sempre, ultrapassando, pela primeira vez, a barreira dos 100 óbitos, no dia 08 de janeiro, quando se registaram 118 mortes.
Apesar de algumas oscilações ao longo do mês, o número de óbitos por covid-19 em Portugal não voltou a sair dos três dígitos.
No dia 21, o país ultrapassou, pela primeira vez, as duas centenas de óbitos, com o boletim da DGS a assinalar 221 mortes, num dia com 13.987 novas infecções.
Os números máximos no país foram alcançados no dia 28, quando se registraram 303 óbitos e um recorde de 16.432 novos casos positivos de SARS-CoV-2, em 24 horas.
Também nas internações, o mês de janeiro traduziu-se num aumento. No dia 31, o boletim da DGS indicava a existência de 2.840 internados, dos quais 482 em unidades de cuidados intensivos. Hoje, há 6.544 pessoas internadas por covid-19, 843 delas em cuidados intensivos.
Portugal tem agora 179.939 casos ativos, mais 107.443 do que registrava no final do ano.
Num mês, o país contabiliza 297.340 novas infecções pelo novo coronavírus e 184.624 recuperados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.