Da Redação
Com EBC
Depois do Amazonas, mais um estado do norte do Brasil pede auxílio do governo sem vagas nos hospitais, devido a pandemia. Treze pacientes com a covid-19 foram transferidos de Rondônia para Curitiba no início da noite desta segunda-feira (25). Este é o primeiro grupo de pessoas com doença a serem transferidas de Rondônia para outros estados a fim de aliviar a rede de saúde, lotada em função do aumento do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Segundo a assessoria da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), órgão da administração indireta vinculada à secretaria municipal de Saúde de Curitiba, a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando os 13 pacientes chegou à capital paranaense perto da 1h30 desta terça-feira.
Sete pessoas foram levadas para o Hospital Vitória, administrado pela Feas. As outras seis, para o Instituto de Medicina do Paraná, administrado pela Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
#OperaçãoCOVID19 | O trabalho continua! ??
➡️ Nesta segunda-feira (25), uma aeronave C-105 da @fab_oficial decolou às 19h25 (Horário de Brasília) de Porto Velho (RO) transportando 15 pacientes para Curitiba (PR). pic.twitter.com/lKyZEym0ZN— Ministério da Defesa (@DefesaGovBr) January 25, 2021
Em nota, o governo de Rondônia informou que os pacientes transferidos apresentam sintomas variando entre leves e moderados, mas precisavam ser transferidos por precaução, a fim de evitar que seus quadros clínicos se agravassem. Em Rondônia, eles estavam sendo atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no Hospital de Campanha de Porto Velho e no Centro de Mediciona Tropical (Cemetron).
Ainda de acordo com o governo de Rondônia, a transferência para outros estados depende da aceitação dos pacientes clinicamente estáveis, sendo voluntária. “Interrogados, a maioria dos pacientes não quis ir”, informou o secretário estadual de Saúde, Fernando Máximo, na nota divulgada a noite.
Além da aeronave da FAB estar equipada com equipamentos médicos para pronto atendimento caso fosse necessário, quatro médicos, dois enfermeiros e quatro técnicos de enfermagem da Secretaria Estadual de Saúde acompanharam os pacientes durante o voo entre Porto Velho e Curitiba, distantes mais de 3.100 quilômetros.
Conforme a Agência Brasil noticiou, até esta segunda-feira o governo de Rondônia previa transferir até 50 pacientes para Porto Alegre (RS). Além disso, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também se ofereceram para receber pacientes com a covid-19 que necessitem de vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com a secretaria de Saúde de Rondônia, se necessário, as remoções para estes dois estados serão feitas a bordo de UTIs aéreas do Corpo de Bombeiros ou de aeronaves terceirizadas. Além do avião utilizado esta noite, a FAB disponibilizou uma segunda aeronave equipada para dar suporte às transferências dos pacientes de Rondônia.
“É uma logística muito difícil de se fazer. Tem pouquíssimas aeronaves preparadas para o transporte desses pacientes no estado, portanto, serão transportados gradativamente, em números pequenos. O critério de seleção é rigoroso, pois exige muita cautela para a transferência deles’’, informou Máximo, em nota. De acordo com a secretaria de saúde estadual, a intenção é, tão logo seja possível, começar a transferir ao menos dez pacientes para Cuiabá (MT), onde há vagas disponíveis em UTIs.
O governo de Rondônia afirma que ampliou o número de leitos hospitalares no estado, inclusive com a abertura de um hospital de campanha exclusivo para atendimento aos pacientes da covid-19. O estado chegou a receber pacientes vindos do Amazonas. No entanto, faltam profissionais de saúde, principalmente médicos.
‘‘Estamos aguardando médicos para abrir esses leitos. O Ministério da Saúde já sinalizou a possibilidade de chegar médicos de outros estados que se disponibilizaram [a ir para Rondônia], e estamos ansiosos por isso, pois assim não haverá mais, possivelmente, a necessidade de transferir pacientes para fora do Estado’’, esclarece o secretário Fernando Máximo, revelando esperar o reforço de ao menos 30 médicos.
Segundo o boletim epidemiológico que o Ministério da Saúde divulgou na tarde de domingo (24), Rondônia tem 117.101 casos confirmados de covid-19 desde que foi confirmada a presença do novo coronavírus no país, em fevereiro de 2020. Já o número de mortes em decorrência da ação do vírus chegou ontem a 2.111.
Segundo declarou o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, mesmo com a abertura de vagas nos hospitais, a capital do estado não tinha mais leitos disponíveis para receber pacientes. “Tínhamos 18 leitos com aproximadamente cinco respiradores no início da pandemia. Agora chegamos a 70 leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a população e, mesmo assim, não está sendo suficiente”, disse Chaves, atribuindo o recrudescimento da doença às aglomerações durante as festas de fim de ano.