Após pedir ajuda, Rondônia tem pacientes transferidos para Curitiba

Da Redação
Com EBC

Depois do Amazonas, mais um estado do norte do Brasil pede auxílio do governo sem vagas nos hospitais, devido a pandemia. Treze pacientes com a covid-19 foram transferidos de Rondônia para Curitiba no início da noite desta segunda-feira (25). Este é o primeiro grupo de pessoas com doença a serem transferidas de Rondônia para outros estados a fim de aliviar a rede de saúde, lotada em função do aumento do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Segundo a assessoria da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), órgão da administração indireta vinculada à secretaria municipal de Saúde de Curitiba, a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando os 13 pacientes chegou à capital paranaense perto da 1h30 desta terça-feira.

Sete pessoas foram levadas para o Hospital Vitória, administrado pela Feas. As outras seis, para o Instituto de Medicina do Paraná, administrado pela Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.

Em nota, o governo de Rondônia informou que os pacientes transferidos apresentam sintomas variando entre leves e moderados, mas precisavam ser transferidos por precaução, a fim de evitar que seus quadros clínicos se agravassem. Em Rondônia, eles estavam sendo atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no Hospital de Campanha de Porto Velho e no Centro de Mediciona Tropical (Cemetron).

Ainda de acordo com o governo de Rondônia, a transferência para outros estados depende da aceitação dos pacientes clinicamente estáveis, sendo voluntária. “Interrogados, a maioria dos pacientes não quis ir”, informou o secretário estadual de Saúde, Fernando Máximo, na nota divulgada a noite.

Além da aeronave da FAB estar equipada com equipamentos médicos para pronto atendimento caso fosse necessário, quatro médicos, dois enfermeiros e quatro técnicos de enfermagem da Secretaria Estadual de Saúde acompanharam os pacientes durante o voo entre Porto Velho e Curitiba, distantes mais de 3.100 quilômetros.

Conforme a Agência Brasil noticiou, até esta segunda-feira o governo de Rondônia previa transferir até 50 pacientes para Porto Alegre (RS). Além disso, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também se ofereceram para receber pacientes com a covid-19 que necessitem de vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com a secretaria de Saúde de Rondônia, se necessário, as remoções para estes dois estados serão feitas a bordo de UTIs aéreas do Corpo de Bombeiros ou de aeronaves terceirizadas. Além do avião utilizado esta noite, a FAB disponibilizou uma segunda aeronave equipada para dar suporte às transferências dos pacientes de Rondônia.

“É uma logística muito difícil de se fazer. Tem pouquíssimas aeronaves preparadas para o transporte desses pacientes no estado, portanto, serão transportados gradativamente, em números pequenos. O critério de seleção é rigoroso, pois exige muita cautela para a transferência deles’’, informou Máximo, em nota. De acordo com a secretaria de saúde estadual, a intenção é, tão logo seja possível, começar a transferir ao menos dez pacientes para Cuiabá (MT), onde há vagas disponíveis em UTIs.

O governo de Rondônia afirma que ampliou o número de leitos hospitalares no estado, inclusive com a abertura de um hospital de campanha exclusivo para atendimento aos pacientes da covid-19. O estado chegou a receber pacientes vindos do Amazonas. No entanto, faltam profissionais de saúde, principalmente médicos.

‘‘Estamos aguardando médicos para abrir esses leitos. O Ministério da Saúde já sinalizou a possibilidade de chegar médicos de outros estados que se disponibilizaram [a ir para Rondônia], e estamos ansiosos por isso, pois assim não haverá mais, possivelmente, a necessidade de transferir pacientes para fora do Estado’’, esclarece o secretário Fernando Máximo, revelando esperar o reforço de ao menos 30 médicos.

Segundo o boletim epidemiológico que o Ministério da Saúde divulgou na tarde de domingo (24), Rondônia tem 117.101 casos confirmados de covid-19 desde que foi confirmada a presença do novo coronavírus no país, em fevereiro de 2020. Já o número de mortes em decorrência da ação do vírus chegou ontem a 2.111.

Segundo declarou o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, mesmo com a abertura de vagas nos hospitais, a capital  do estado não tinha mais leitos disponíveis para receber pacientes. “Tínhamos 18 leitos com aproximadamente cinco respiradores no início da pandemia. Agora chegamos a 70 leitos e 23 respiradores. Conseguimos essa ampliação para atender ainda mais a população e, mesmo assim, não está sendo suficiente”, disse Chaves, atribuindo o recrudescimento da doença às aglomerações durante as festas de fim de ano.

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