Da Redação
Com agencias
A prefeitura de São Paulo autorizou a reabertura dos shoppings centers da cidade a partir deste dia 11, depois de terem sido fechados em março como medida para evitar a disseminação do novo coronavírus. Os estabelecimentos poderão funcionar por quatro horas diárias: entre as 6h e as 10h ou entre as 16h e as 20h.
A prefeitura e as entidades representantes do setor assinaram um termo de compromisso e um protocolo sanitário para a volta ao funcionamento dos estabelecimentos ao público. De acordo com a administração municipal, os representantes comprometeram-se com medidas de distanciamento social, higiene, sanitização de ambientes, orientação dos clientes e dos colaboradores. Os estabelecimentos ainda firmaram o compromisso de que farão testagem de colaboradores e medição de temperatura dos clientes.
Também estão previstos no acordo a redução do expediente, monitoramento e fiscalização feita pelo próprio setor e um esquema de apoio para colaboradores que não tenham como cuidar de seus dependentes incapazes no período em que estiverem fechadas as creches, escolas e abrigos – especialmente às mães.
Já são cinco os setores autorizados a funcionar parcialmente, com atendimento ao público, na cidade: o comércio de rua, shoppings, imobiliárias, concessionárias de carros, e escritórios.
No Estado
O Governador João Doria apresentou nesta quarta-feira a segunda atualização do Plano São Paulo para acompanhamento da evolução da pandemia em todo o estado. Apesar do aumento da capacidade de atendimento hospitalar, os novos índices semanais de avanço do coronavírus levaram o Estado a elevar o alerta em praticamente todo o interior paulista.
“Nosso desafio é estar um passo à frente da pandemia, temos que garantir atendimento a todos. São Paulo se preparou profissionalmente e tecnicamente para enfrentar a pandemia”, afirmou o Governador. “Estamos salvando cerca de 40 vidas por hora e evitando a contaminação de dez pessoas por minuto. O Plano São Paulo é um GPS que nos guia, orientado pela medicina e com a contribuição do setor econômico para sairmos da crise com previsibilidade, segurança e o maior número possível de vidas salvas”, disse Doria.
Na média estadual dos últimos sete dias, houve redução na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva para COVID-19 de 72,6% para 69,1%, além de aumento na média de vagas por cem mil habitantes de 15,4 para 18,1. No mesmo período, o total de casos e mortes teve quedas reduzidas, de 1% e 3% respectivamente, mas as internações pela doença subiram 7%.
O reforço na rede hospitalar foi substancial nos últimos 15 dias, quando o Governo de São Paulo intensificou a distribuição de respiradores e ampliou o número de vagas em UTIs para pacientes graves com coronavírus. No dia 25 de maio, o total de leitos de terapia intensiva no estado era de 6.542, foi a 7.134 no dia 1 de junho e, atualmente, é de 7.610 e deve crescer ainda mais até o fim do mês.
Desde abril, as projeções do Estado já apontavam que a contaminação estava mais acelerada no interior do que na capital. Com os últimos dados do Plano SP, o Governo decidiu ampliar restrições a atividades econômicas não essenciais em cinco regiões. Araraquara e Bauru voltaram da fase 3 (amarela) para a 2 (laranja), enquanto que as áreas de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente voltaram à etapa 1 (vermelha) de máxima restrição.
Já nas regiões da Baixada Santista e de Registro, a melhora nos índices semanais de variação de casos confirmados, internações e mortes por COVID-19 levou à reclassificação da fase vermelha para a laranja, que permite reabertura restrita de imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio de rua e shoppings centers.
O mesmo ocorreu em todas as cinco sub-regiões da Grande São Paulo. Segundo o prefeito de São Bernardo do Campo, todos os protocolos devem seguir as recomendações nesta nova fase, podendo voltar a fechar no caso de aglomerações. Os estabelecimentos na cidade só podem atender 20% da sua capacidade.
Na capital e demais regiões – Araçatuba, Campinas, Franca, Marília, Piracicaba, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté – que estavam na fase 2 de retomada restrita desde o início do mês, houve estabilidade na maioria dos índices. Todas permanecem na mesma classificação até a próxima atualização de painel do Plano SP, prevista para o próximo dia 17.
“O isolamento social é chave nesse processo. Esse cenário só se garante com a cooperação da população e também com a liderança dos prefeitos nessa parceria com o Governo do Estado”, destacou a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
“Há uma tendência em todo o interior de evolução da pandemia e o momento de controle, ao mesmo tempo que na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Vale do Ribeira a gente registra essa desaceleração”, acrescentou o Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
Com os resultados desta quarta, a maior parte do estado está na fase laranja, que não permite a reabertura de bares, restaurantes, salões de beleza ou academias. Nas três regiões classificadas na etapa vermelha, só estão autorizadas atividades comerciais e serviços essenciais.
Brasil
O balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde trouxe, neste dia 10, mais 32.913 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, totalizando 772.416. O resultado marcou um acréscimo de 4,2% em relação a dia 9, quando o número de pessoas infectadas estava em 739.503.
A atualização do Ministério da Saúde registrou 1.274 novas mortes, chegando a 39.680. O resultado representou um aumento de 3,2%, quando foram contabilizados 38.406 falecimentos por covid-19.
Do total de casos confirmados, 407.341 estão em acompanhamento e 325.395 foram recuperados. Há ainda 3.608 investigação de óbitos para identificar se a causa foi covid-19.
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de mortes (9.862). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (7.138), Ceará (4.480), Pará (3.027) e Pernambuco (3.531).
Já em número de casos confirmados, o ranking tem São Paulo (156.316), Rio de Janeiro (74.373), Ceará (71.402), Pará (62.095) e Maranhão (53.508). Entre as unidades da federação com mais pessoas infectadas estão ainda Amazonas (52.849), Pernambuco (41.935), Bahia (32.685), Paraíba (24.032) e Espírito Santo (23.344).
O número de mortes por covid-19 no estado do Rio de Janeiro passou de 7 mil, segundo o painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde. Com a confirmação de mais 210 óbitos, o número acumulado chegou a 7.138 desde 19 de março, quando foi registrada a primeira morte no estado.
Até o fim do mês de junho, o estado de São Paulo poderá somar 20 mil óbitos provocados pelo novo coronavírus. A estimativa é do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
“A perspectiva de óbitos é de que chegaremos ao final deste mês na faixa de 20 mil óbitos, variando de 16 mil a 22 mil, com taxa de isolamento média de 50%”, disse o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Carlos Carvalho.