Presidente argentino diz que Bolsonaro não entende a “seriedade do problema”

Da Redação
Com Lusa

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, declarou que o seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, não entendeu a “seriedade do problema” causado pelo novo coronavírus e afirmou-se muito preocupado, alegando que isto complica a situação regional.

Questionado sobre a posição de Bolsonaro, que decidiu não seguir as recomendações de isolamento e saiu à rua este domingo para visitar lojas e falar com apoiantes em Brasília, Fernández declarou a uma rádio de Buenos Aires: “É claro, complica, e lamento muito que a seriedade do problema não seja entendida.”

“Isso preocupa-me muito”, enfatizou o Presidente argentino, que revelou que discutiu o assunto com o chefe de Estado mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

“Outro dia, conversando com Andrés Manuel López Obrador, falei com ele que esse problema tinha que ser levado muito a sério e falei com ele sobre a minha preocupação com o Brasil, porque o Brasil, por sua vez, representa 70% do produto bruto da América do Sul e é o nosso principal parceiro econômico”, disse Fernández.

“A verdade é que se teme que, com essa lógica, ele entre na mesma espiral em que a Itália ou os Estados Unidos entraram, que colocaram a quarentena quando já era tarde demais”, acrescentou.

O Presidente argentino afirmou que López Obrador entendeu a gravidade do problema representado pela pandemia da covid-19, apesar de inicialmente ter chamado a população a não se abrigar em suas casas e sair normalmente às ruas.

O número de mortos no Brasil devido ao novo coronavírus aumentou para 136 e o país registrou 4.256 infectados no domingo, segundo o Ministério da Saúde.

Também em Portugal, o líder do Partido Social-Democrata (PSD) defendeu uma proteção maior do país no caso do presidente Bolsonaro seguir com a a reabertura de escolas, comércio e fim do isolamento no país, medida que vem insistindo pensando na saúde econômica do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infecção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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