Da Redação
Com EBC
O número de mortes decorrentes do novo coronavírus (covid-19) chegou a 57 no Brasil, conforme atualização do Ministério da Saúde nesta quarta-feira.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, foram registradas mortes fora dos epicentros do surto no país, São Paulo e Rio de Janeiro. Falecimentos em razão da covid-19 ocorreram em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e no Amazonas.
O total de mortes marca um aumento de 11 em relação a ontem, quando a contabilização marcava 46 vítimas que vieram a óbito por conta da infecção. Na segunda-feira, eram 25 falecimentos.
Do total, 48 foram em São Paulo, seis no Rio de Janeiro, uma no Amazonas, uma no Rio Grande do Sul e uma em Pernambuco.
O total de casos confirmados saiu de 2.201 ontem para 2433 casos. O resultado agora marcou um aumento de 28% nos casos em relação ao início da semana, quando foram contabilizadas 1.891 pessoas infectadas.
Como local de maior circulação do novo coronavírus no país, São Paulo também lidera o número de pessoas infectadas, com 862 casos confirmados. Em seguida, o Rio de Janeiro (370), Ceará (200), Distrito Federal (160), Minas Gerais (133) e Rio Grande do Sul (123).
Também registram casos confirmados Santa Catarina (109), Bahia (84), Paraná (81), Amazonas (54), Pernambuco (46), Espírito Santo (39), Goiás (29), Mato Grosso do Sul (24), Acre (23), Sergipe (16), Rio Grande do Norte (14), Alagoas (11), Mato Grosso (oito), Maranhão (oito), Piauí (oito), Roraima (oito), Tocantins (sete), Pará (sete), Rondônia (cinco), Paraíba (três), e Amapá (um).
O Ministério da Saúde recomenda o isolamento a quem apresenta sintomas da covid-19 e a moradores da mesma residência do paciente sintomático, bem como a idosos acima de 60 anos, pelo prazo de 14 dias. Uma vez terminado esse período, não haveria mais necessidade da medida, a não ser em casos de uma condição médica específica. Já os governadores mantém a política de isolamento social, com intuito de achatar a curva de disseminação e contaminação da população, e diluir os atendimentos no sistema de saúde.
Nesta coletiva de imprensa, o ministro da Saúde comentou a discussão no Brasil após o pronunciamento do presidente brasileiro contra o isolamento social. Segundo Luiz Mandetta, é necessário que seja levada em conta a situação econômica e que sejam alinhadas todas as medidas de quarentena, atualmente sendo feitas diferentemente por governos locais, e no momento certo.
“Temos que ter muita calma porque a quarentena é remédio extremamente duro e vai ter a hora que vamos precisar usar”, disse Mandetta. “Eu posso considerar conter um bairro, conter uma cidade. Nós saímos praticamente do início dos números para efeito cascata para lock down em paralelo, como se estivéssemos todos em franca epidemia”.
Segundo o ministro, as medidas de quarentena podem atrapalhar a própria área da saúde que depende da liberação de transporte aéreo para envio de materiais, e empresas que entregam produtos para a área, além do abastecimento das famílias. Mandetta defendeu analisar com as diferentes pastas as várias medidas possíveis de serem tomadas na medida em que cresce a epidemia no Brasil.
Respondendo a questionamentos, disse ainda que permanece no cargo enquanto puder ser útil. “Nesse momento de crise agora, eu vou trabalhar ao máximo. A equipe está todinha focada. Nós vamos trabalhar com critério técnico” defendeu Mandetta.
O Ministério da Saúde ainda anunciou 3,4 milhões de unidades do medicamento cloroquina para que os médicos possam avaliar seu uso em pacientes graves do novo coronavírus. Os especialistas da pasta recomendaram o não uso do medicamento pela população, mas para avaliação médica no caso de casos graves e administrada em hospital.
Rio de Janeiro mantem isolamento
A cidade do Rio de Janeiro manterá as medidas de isolamento social por pelo menos mais 15 dias, de acordo com o prefeito Marcelo Crivella. Escolas permanecem sem aula, o comércio continua restrito e os transportes públicos seguem circulando com a recomendação de não aglomerarem pessoas. As medidas foram tomadas para conter o avanço da pandemia de covid-19.
“Esses próximos 15 dias são importantíssimos. O sacrifício que estamos fazendo agora dará bons frutos. Nós vamos vencer essa crise”, disse o prefeito em coletiva de imprensa online transmitida na manhã de hoje (25). “É fundamental, mais que necessário, incontornável e inadiável mantermos nossa medidas de afastamento social nos próximos 15 dias. Peço a vocês que considerem isso como fundamental para que a vida volte ao normal”.
Justiça de São Paulo libera cultos religiosos
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, suspendeu uma liminar que determinava proibição de cultos religiosos e sanções para casos de descumprimento dos decretos referentes à pandemia pelo novo coronavírus.
Para o magistrado, cabe aos líderes religiosos orientar os fiéis. “Aos líderes religiosos, no desempenho da função acolhedora, pacificadora e de propalada preocupação com seus fiéis, cabe mostrar como desempenham esse papel em momento de grave crise sanitária.”
Distrito Federal tem primeira paciente curada
A advogada brasiliense Daniela Teixeira recebeu uma ótima notícia nesta semana quando soube que seu segundo exame para o novo coronavírus deu negativo. Ela foi a primeira paciente do Distrito Federal a ter sido curada do contágio.
Medidas contra coronavírus na assistência social
O governo federal definiu medidas, no âmbito da rede de assistência social pública e privada, para enfrentamento da emergência em saúde pública decorrente do novo coronavírus. A portaria do Ministério da Cidadania foi publicada neste dia 25 no Diário Oficial da União e destaca a importância de o Estado brasileiro garantir a oferta regular de serviços e programas socioassistenciais voltados à população mais vulnerável e em risco social.