Furacão nos Açores. Foto Bruno Costa
Da Redação
Com Lusa
O ministro português Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, enalteceu o espírito de entreajuda dos açorianos depois da passagem do furacão “Lorenzo”, considerando que o país está a receber uma lição de resiliência.
“É notável como esta comunidade, toda ela, se mobilizou para ajudar a recuperar as praias, a limpar as ruas, as casas e esse também é um exemplo para todo o país”, afirmou Pedro Siza Vieira que, acompanhado pelo ministro do Planeamento, Nelson de Souza, visitou as ilhas das Flores e do Faial.
Notando que os estragos registrados no Faial “refletem a violência do furacão e das vagas que seguiram, da agitação marítima”, Pedro Siza Vieira insistiu que, “se o país está solidário com os Açores neste momento”, também está a receber “uma lição de resiliência e de entreajuda de uma comunidade que tem uma identidade muito forte”.
“Aqui as casas de frente de mar são as mais afetadas, alguns negócios, mas percebemos que as pessoas estão bem, que estão com um espírito que é notável”, salientou.
Questionado sobre até onde poderá ir a solidariedade do Estado para ajudar estas pessoas, o ministro Adjunto e da Economia repetiu a mensagem que já tinha transmitido de manhã na ilha das Flores, quando visitou o porto das Lajes das Flores, que ficou completamente destruído depois da passagem do furacão “Lorenzo” na madrugada de quarta-feira.
“Estamos aqui para, juntamente com o Governo Regional, as autarquias locais, podermos fazer um levantamento exato daquilo que são os estragos e daquilo que são os prejuízos que estão em causa”, disse.
Depois desse levantamento, que terá de ser feito com “rigor e precisão”, poderá, então, avaliar-se a forma como a região, o Estado e até os recursos da União Europeia “podem ser postos ao serviço da reconstrução”.
Pedro Siza Vieira notou ainda que o Governo Regional está já a prestar “auxílio de emergência” às áreas mais afetadas, como o zona de Porto Pim, no Faial, onde dezenas de casas foram afetadas.
“Os serviços de habitação já estão a apoiar estas pessoas”, referiu. A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas.
Marinha e Força Aérea
A Marinha e da Força Aérea vão enviar para a ilha das Flores materiais e 294 militares para darem apoio às necessidades no terreno.
Num comunicado divulgado ao fim da tarde, o Estado-Maior-General das Forças Armadas fez saber que, na próxima madrugada, parte uma aeronave C-130 com “uma Brigada Hidrográfica composta por sete militares e uma tonelada de material hidrográfico, uma equipa de quatro mergulhadores com um bote e um veículo submarino, operado remotamente, e três fuzileiros com apoio de drones” a bordo.
“Estes militares constituem-se como equipa avançada para esta operação, com a missão de verificar as condições de acessibilidade do Porto das Lajes das Flores”, que ficou destruído, explicou o Estado-Maior-General das Forças Armadas.
Partiram já para as Flores o navio reabastecedor “Bérrio” e a fragata “Álvares Cabral”, da Marinha Portuguesa, com 80 e 200 militares a bordo, respectivamente, levando material diverso de apoio a emergências civis.
“Da guarnição da fragata fazem parte uma equipa de 25 fuzileiros com oito botes e seis mergulhadores”, que têm como missão “apoiar o fornecimento de combustíveis e bens de primeira necessidade”, lê-se no comunicado.
O Estado-Maior-General das Forças Armadas indicou ainda que este apoio surge na sequência de um pedido do Governo Regional dos Açores, através da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas, ao Comando Operacional dos Açores.