Polícia investiga propina na conta de servidor da Receita e da mulher em Portugal

Da Redação
Com Lusa

A Polícia Federal (PF) cumpriu neste dia 2 nove mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária contra uma organização criminosa que atua na Receita Federal. Além disso, os agentes cumprem 39 mandados de busca e apreensão na operação, chamada de Armadeira.

De acordo com informações da PF, a investigação começou depois que um colaborador da Operação Lava Jato foi instado a pagar suborno a fiscais da Receita, para não ser autuado.

A partir dessa informação, a Polícia Federal, com o apoio da própria Receita e do Ministério Público Federal, identificou patrimônios dissimulados e o uso de informações privilegiadas para beneficiar terceiros.

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Achaques
As investigações que deram origem à investigação começaram em 2018, quando um dos réus na Operação Rizoma narrou ter sido vítima de achaques por parte de um dos analistas tributários que teve prisão preventiva decretada hoje, Marcial Pereira de Souza. O servidor afirmava que daria tratamento diferenciado na autuação fiscal da vítima, segundo o MPF.

Com autorização judicial, MPF, PF e a Corregedoria da Receita Federal produziram gravações, filmagens de reuniões entre os investigados e comprovantes bancários de parte da propina, depositada na conta do servidor e de sua mulher, em Portugal.

Os investigadores também afirmam ter descoberto que o auditor-fiscal Marco Aurélio Canal cobrou R$ 4 milhões para evitar multa contra a Federação das Empresas de Transporte do Rio de Janeiro (Fetranspor), o que teria sido intermediado pelo contador de uma empresa de ônibus que é ex-servidor da Receita Federal. Os dois estão entre os que tiveram prisão preventiva decretada.

Segundo o Ministério Público Federal, também foi identificada uma “extensa rede de lavagem de dinheiro” e, entre os mandados de prisão, há acusados de ajudar a ocultar os valores.

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