Da Redação
Com Lusa
O Banco Mundial aprovou nesta terça-feira 240 milhões de dólares (cerca de 220 milhões de euros) em dois programas distintos de apoio à recuperação e reconstrução de Moçambique, após os ciclones Idai e Kenneth.
No primeiro caso, o Banco Mundial aprovou 130 milhões de dólares (118 milhões de euros) em doações da Janela de Resposta a Crises da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) em apoio ao projeto do governo de Recuperação de Emergência e Resiliência em relação aos efeitos dos ciclones em Moçambique.
“Está prevista uma contribuição complementar de 60 milhões de dólares [quase 55 milhões de euros] da Holanda e estão em curso discussões sobre um cofinanciamento da Alemanha. Esses fundos serão utilizados na recuperação de infraestruturas públicas e privadas, restabelecimento de meios de subsistência e fortalecimento da resiliência climática nas áreas mais afetadas”, refere a instituição em comunicado.
Mark Lundell, diretor do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Maurícias, Seicheles e Comores, afirmou que mais de 1,7 milhões de pessoas foram afetadas, com danos e perdas que ascendem a cerca de três mil milhões de dólares.
“Dada a gravidade dos impactos, a nossa resposta foi rápida e multissetorial. Mobilizamos mais de 500 milhões de dólares [457 milhões de euros] para Moçambique, entre realocação de fundos existentes e novos financiamentos, dos quais estamos a providenciar 130 milhões para este projeto específico, complementando outros financiamentos em curso”, disse.
Grande parte do financiamento será utilizado na reposição e construção de casas para comunidades vulneráveis em áreas selecionadas, bem como na reconstrução de infraestruturas públicas.
No segundo caso, o Banco Mundial aprovou uma doação de 110 milhões de dólares (100 milhões de euros) da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), como Financiamento Adicional (FA), para apoiar os esforços de reconstrução do Governo de Moçambique.
“Este FA abordará as necessidades de recuperação pós-desastre de Moçambique no subsetor de estradas, aumentando o alcance original do Projeto de Desenvolvimento Integrado de Estradas Rurais, aprovado em 2018 através da reconstrução e reabilitação de estradas e pontes rurais nas quatro províncias adicionais nomeadamente, Sofala, Manica, Tete e Cabo Delgado”, refere em comunicado.
Mark Lundell explicou que os ciclones destruíram grande parte da rede de estradas nas seis províncias.
“Este projeto ajudará a restaurar o acesso a oportunidades médicas, educacionais e econômicas para as comunidades afetadas”, defendeu.
Este financiamento adicional faz parte do pacote regional mais amplo do Banco Mundial, o qual compreende um conjunto de operações, totalizando cerca de 700 milhões dólares em recursos da IDA para apoiar a resposta aos ciclones no Malawi, Moçambique e Zimbabué.
O ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em março, provocou 604 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas.
Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um outro ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando 250.000.
Mais de meio milhão de pessoas ainda vivem em locais destruídos ou danificados, enquanto outras 70.000 permanecem em centros de acomodação de emergência, segundo o mais recente relatório da Organização Internacional das Migrações (OIM), redigido em julho e que alerta para a falta de condições para enfrentar a nova época chuvosa, que começa em outubro.