Da Redação
O historiador e escritor Carlos Carvalho Cavalheiro tem pesquisado há anos a história de Sorocaba e dos portugueses, e é categórico ao afirmar que em todas as principais fases da história de Sorocaba, cidade do interior paulista, os portugueses estiveram presentes.
A cidade, uma das mais antigas do Brasil, remonta sua povoação a meados do século XVII. Por volta de 1654 o bandeirante Baltazar Fernandes, de ascendência portuguesa, tomou posse de sua sesmaria em terreno que hoje se assenta a cidade de Sorocaba.
“É importante lembrar que além da ascendência portuguesa, Baltazar deve ser considerado como um ‘português do Brasil’, já que não havia independência política entre os dois países, o que ocorrerá somente em 1822”, salienta o historiador.
Com seu irmão Marcelo Carvalho Cavalheiro, que pesquisa as origens da família em Portugal, Carlos publicou o livro “Sorocaba Lusitana”, em que ressalta a história da formação de uma das mais antigas associações da cidade, a Sociedade Beneficente e Recreativa “Vasco da Gama”, fundada em maio de 1898.
Surgida como associação mutualista, tinha como objetivo prestar assistência aos operários, sobretudo portugueses, que residiam em Sorocaba.
“Ao pesquisar a história da Sociedade Vasco da Gama me veio o estalo. Apesar de ter pesquisado por anos a história local, não havia percebido a importância dos portugueses na formação histórica da cidade. Aliás, ninguém, nenhum outro historiador havia apontado para isso”, declara Carlos Carvalho Cavalheiro.
Segundo o historiador, além da fundação, a fase do tropeirismo, importante para a economia regional e do Brasil, foi inaugurada em 1733 por outro português: Cristóvão Pereira de Abreu. Foi esse lusitano que trouxe a primeira tropa de mulas do sul do país para ser comercializada em Sorocaba.
Outra fase da história da cidade foi a industrialização, que deu-lhe o apelido de “Manchester Paulista”. Essa fase pode ser considerada como tendo sido iniciada em 1882, quando se fundou a primeira fábrica têxtil de grande porte. E lá novamente estava um português, Manoel José da Fonseca.
Outra curiosidade é que a segunda igreja dedicada a Nossa Senhora Aparecida surgiu por graça de um português. Antonio José da Silva, povoador do bairro que ficou conhecido como Aparecidinha. Isso em 1785.
Marcelo Carvalho Cavalheiro, coautor de “Sorocaba Lusitana” diz que a pesquisa sobre a sua família permitiu compreender melhor a importância dos portugueses que imigraram para o Brasil. “É importante cultivar as raízes pois são elas que dão vida à árvore”, finalizou.
O livro está sendo comercializado pelo preço de R$ 25,00. Interessados em adquirir o livro ou mesmo entrar em contato com os autores poderão fazê-lo pelo e-mail: [email protected].