Da Redação
Com Lusa
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu na segunda-feira, nas Nações Unidas, que o acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul deve “ir a par com a sensibilidade de todos a desafios ambientais”.
O chefe de Estado falou deste tema de passagem, no seu discurso no debate geral da 74.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, quando falava de “sinais positivos” no quadro global.
“É favorável o acordo entre a UE e o Mercosul, que se deseja possa ir a par com a sensibilidade de todos relativamente a desafios ambientais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em finais de agosto, face aos fogos na Amazônia, o Presidente da França, Emmanuel Macron, colocou em causa a assinatura deste acordo de livre comércio, com o argumento de que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “decidiu não respeitar os compromissos ambientais e não se empenhar em matéria de biodiversidade”.
O acordo de livre comércio entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), de que fazem parte o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, foi fechado em 28 de junho, após 20 anos de negociações.
Em reação à posição assumida por Emmanuel Macron, no dia 23 de agosto, o primeiro-ministro português considerou que não se deve “confundir o drama que está a ser vivido neste momento na Amazônia com um acordo comercial, muito importante, e que levou mais de 20 anos a ser negociado”.
António Costa disse ainda que o acordo UE/Mercosul “não deve ser utilizado pelos países que sempre se opuseram à sua assinatura” e referiu que é “muito importante para a economia portuguesa”.
“Não se devem criar pretextos para retardar o acordo com o Mercosul ou encontrar aqui um novo tema de confrontação, porque não seria o caminho correto, nem útil para resolver o problema”, reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou nas Nações Unidas a seguir ao Presidente de Angola, João Lourenço, assinalou essa “feliz coincidência” e os 20 anos do “referendo que abriu portas à independência de Timor-Leste”.
A esse propósito, disse que a Comunidade de Povos de Língua Portuguesa (CPLP) “dá passos para uma crescente mobilidade interna e acredita na instituição, pela UNESCO, do Dia Internacional da Língua Portuguesa”.
Em matéria de política ambiental, o Presidente português frisou que Portugal “sempre defendeu o cumprimento do Acordo de Paris” e apelou à adesão à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que decorrerá no Chile e à conclusão do tratado sobre biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional.
“Orgulhamo-nos do lançamento do Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbônica 2050, já em aplicação no nosso país, criando condições de emprego, riqueza e justiça social”, acrescentou.