Bolsonaro abre discursos na ONU: “Nossa Amazônia é maior do que toda a Europa ocidental”

Na ONU, o presidente Bolsonaro defendeu a preservação da Amazônia, a retomada do crescimento econômico e “um novo Brasil” de combate a corrupção, citando governos anteriores.

 

Mundo Lusíada
Com agencias

O presidente Jair Bolsonaro abriu nesta terça-feira os debates da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na sede da organização, em Nova York, nos Estados Unidos. O ponto principal do seu pronunciamento foram as ações de preservação da Amazônia e as políticas do novo governo. O presidente falou sobre a atuação do governo federal para a retomada do crescimento da economia do país, no combate à corrupção e na segurança pública.

“Meu governo tem compromisso solene com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada” declarou Bolsonaro, citando ainda que nesta altura do ano o tempo seco e os ventos levaram a incêndios, e que o país foi alvo de “ataques sensacionalistas” por parte da mídia, além de citar um país que “comportou-se no G7 como colonialista e portou-se de forma desrespeitosa” com o país.

“O Brasil agora tem um presidente que se preocupa com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terras ricas. Especialmente das terras mais ricas do mundo. É o caso das reservas Ianomâmi e Raposa Serra do Sol. Nessas reservas, existe grande abundância de ouro, diamante, urânio, nióbio e terras raras, entre outros” destacou. “E esses territórios são enormes. A reserva Ianomâmi, sozinha, conta com aproximadamente 95 mil km2, o equivalente ao tamanho de Portugal ou da Hungria, embora apenas 15 mil índios vivam nessa área”.

“Os que nos atacam não estão preocupados com os indígenas e sim com as riquezas naturais e biodiversidade”, prosseguiu. “Caciques índios, como Raoni, são usados como peças de manobra”, declarou.

Bolsonaro declarou ainda que ONGs “teimam em manter os nossos índios como homens das cavernas”, que o Brasil possui 14% do seu território nacional regularizado como terras indígenas, e convidou o mundo a conhecer o país. “Queremos que todos possam conhecer o nosso Brasil, em especial a nossa Amazônia. Ela não está sendo devastada ou consumida pelo fogo”.

No discurso, o presidente também elogiou “a coragem” do atual ministro da Segurança Pública, Sérgio Moro, no combate à corrupção. “Os presidentes socialistas que me antecederam desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto. Foram julgados e punidos graças ao patriotismo, perseverança e coragem de um juiz que é símbolo do meu país, Sérgio Moro, que é ministro da Justiça e da Segurança Pública”.

Bolsonaro também defendeu que o Brasil tem compromisso com “direitos humanos, a democracia e a liberdade de expressão, religiosa e de imprensa” e é um país “mais seguro”, diante da diminuição das taxas de homicídio neste primeiro semestre do ano.

“Seguiremos contribuindo, dentro e fora da ONU, para a construção de um mundo onde não haja impunidade, esconderijo ou abrigo para criminosos e corruptos. Terroristas, sob disfarce de perseguidos políticos, não encontrarão mais refúgio no Brasil”.

O presidente citou o programa Mais Médicos, criado em 2013, em parceria com o governo cubano. Desenvolvido para suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias do país, o Mais Médicos está sendo reformulado pelo governo. “Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir”. Segundo Bolsonaro, a situação dos cubanos configurava “um verdadeiro trabalho escravo”, e que era “respaldado”por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU.

Entre as medidas do governo citou ainda que o país estendeu a emissão de vistos para países como EUA, Japão, Austrália e Canadá, e adotará medidas similares para China, Índia e outros. “Há 70 anos, o Brasil tem dado contribuição efetiva para manutenção da paz no âmbito da ONU”.

“Estabelecemos ampla agenda internacional com intuito de resgatar o papel do Brasil no cenário mundial e retomar as relações com importantes parceiros” declarou. “Com humildade e confiante do poder libertador da verdade, estejam certos que podem contar com um novo Brasil que aqui apresento”.

Tradicionalmente, cabe ao presidente do Brasil fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral, seguido do presidente dos Estados Unidos. Bolsonaro chegou na tarde do dia 23 a Nova York para o compromisso. Pelas redes sociais, o presidente disse que o discurso seria “a oportunidade de apresentar ao mundo o Brasil que estamos construindo”.

A agenda em Nova York inclui, segundo o Palácio do Planalto, um encontro com o ex-prefeito da cidade, Rudolph Giuliani. Não estão previstos encontros bilaterais com outros chefes de Estado e a previsão é que o embarque de volta ao Brasil ocorra nesta noite.

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