Da Redação
Com EBC
A Justiça Federal autorizou a devolução de R$ 8,43 milhões, resgatados pela Operação Lava Jato, à prefeitura do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada pelo juiz da 7ª Vara Federal do Rio, Marcelo Bretas, e divulgada pela prefeitura da cidade.
Os recursos foram recuperados durante investigações da Força Tarefa da Operação Lava Jato sobre desvios de verbas das obras do BRT (corredores exclusivos para ônibus) Transbrasil e Transcarioca.
De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, o município ainda precisa receber dinheiros desviados em outros esquemas de corrupção, mas o valor a ser recuperado ainda não foi calculado.
Nesta semana, delator da Operação Lava Jato Carlos Miranda, que atuava como operador financeiro no governo, falou mais do esquema em interrogatório ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Segundo ele, o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão, atualmente preso, recebeu cerca de R$ 30 milhões em propina, no período em que era vice-governador do estado, na gestão de Sérgio Cabral.
Perguntado pelo juiz sobre o valor da propina destinada a Pezão, quando era vice-governador, Miranda foi detalhando as quantias que, segundo ele, envolviam mesada fixa de R$ 150 mil, além de um 13º salário e mais quantias extras milionárias, pagas como bônus. Pezão foi vice de Cabral entre 2007 e 2014.
Bretas calculou os montantes pagos e estimou entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões o total pago a Pezão, enquanto vice-governador, o que foi confirmado pelo delator, que não soube dizer se, depois de assumir o governo do estado, em 2014, o esquema continuou.