António Costa afasta possibilidade de nacionalizar EDP e Galp

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro português e secretário-geral do PS, António Costa, recusou a intenção do Bloco de Esquerda de nacionalizar a EDP e a Galp, considerando que o Partido Socialista e o BE têm um “programa próprio”.

Num debate promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), em Lisboa, e respondendo à questão sobre a possibilidade de nacionalização da EDP e Galp na próxima legislatura, como defende o Bloco de Esquerda, António Costa afirmou que “não é de todo” o objetivo.

“O programa do Partido Socialista não é o programa do Bloco de Esquerda. Recomendo a leitura, é um programa próprio”, disse o secretário-geral do PS, sublinhando que “cada um tem o seu programa e seguramente o BE há de bater-se por essas nacionalizações, que não constam do programa do PS”.

No âmbito do ciclo de debates dedicado às eleições legislativas, a CCIP convidou António Costa para responder às perguntas do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, Bruno Bobone, e de empresários.

O secretário-geral do PS destacou a presença do Estado na TAP, sublinhando que essa participação “em nada prejudicou a boa gestão” da empresa.

“Para nos é absolutamente fundamental ter a TAP e a presença do Estado no capital da TAP, como se tem revelado, em nada prejudicou uma boa gestão da TAP, que tem vindo a crescer e a ter a sua capacidade de investimento muito forte”, referiu.

Frisando que a companhia se tem “desenvolvido bem”, António Costa manifestou-se convicto que “a grande maioria dos sócios privados da TAP está satisfeita com a presença do Estado”.

Para o primeiro-ministro, a posição do Estado protege “a TAP de qualquer vicissitude que o sócios privados possam ter no futuro”.

No debate, António Costa falou também dos salários em Portugal, considerando que “os níveis salariais são baixos” e que “o problema não se coloca só no ordenado mínimo”.

“Uma das razões pelas quais começa a ser difícil haver aumentos muito significativos do salário mínimo é que está muito encostado ao salário mediano”, disse, remetendo a questão salarial para a concertação social.

“Aquilo que nós propomos é que no início da próxima legislatura possa haver um acordo global na concertação social quanto ao conjunto da política de rendimentos”, frisou.

Respondendo ainda a um empresário, António Costa afirmou que, caso o PS não tenha condições para executar o programa, vai ter de o negociar.

“Há quatro anos não houve condições para executar o programa que tínhamos e tivemos que negociar. Houve pontos que não eram propostas nossas e tivemos que assumir. Houve propostas nossas que não pudemos executar e tivemos que deixar cair”, disse ainda.

O presidente do PSD, Rui Rio, vai ser o próximo candidato às eleições legislativas que vai passar pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, dia 10 de setembro.

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