Ministra brasileira defende bioeconomia para desenvolvimento da Amazônia

Da Redação

Em reunião com governadores da Amazônia Oriental e colegas ministros, em Belém (PA), a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou nesta segunda-feira que somente com o desenvolvimento da região será possível garantir a preservação da Amazônia.

“Se não tivermos desenvolvimento, vamos ficar repetindo isso [o problema das queimadas] todos os anos, não só nesta região, mas em outras regiões”, disse.

A ministra afirmou que trabalha para implantação de projetos relacionados à bioeconomia na região, que tem o objetivo de inserir pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais no sistema produtivo a partir do uso sustentável de recursos da biodiversidade e do extrativismo.

“Isso leva um tempo, mas estamos caminhando para colocarmos a bioeconomia para que esses pequenos produtores possam ter renda, viver de forma melhor e entender que precisam preservar”.

A ministra lembrou que 20 milhões de pessoas vivem no Norte do país e necessitam de trabalho, renda e viver com dignidade. “Precisamos achar caminhos e soluções para que os pequenos produtores entrem no setor produtivo, produzindo para as cidades que estão ao seu redor”, disse aos governadores, acrescentando que também deve ter o estímulo à agricultura de baixa emissão de carbono.

Participam da reunião os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Jorge Antônio Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa). O encontro, determinado pelo presidente Jair Bolsonaro, visa ouvir as demandas dos governadores dos estados da região e buscar soluções para preservação da floresta.

Sala de situação

Tereza Cristina também solicitou uma ação conjunta e unificação de informações sobre a região. A ministra citou a inauguração da sala de situação na sede do ministério, em Brasília, no próximo dia 5, que irá monitorar dados sobre índices agronômicos, zootécnicos, de cadastros de terras, e também números ambientais, em parceria com a Embrapa Territorial, de Campinas (SP), e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Segundo a ministra, as informações coletadas pela sala de situação poderão ser usadas pelos estados que desejarem.

Tereza Cristina ainda ressaltou que é preciso cautela com declarações sobre a Amazônia para não afetar a imagem do país e da agropecuária no exterior.

“Estamos à disposição da imprensa internacional e todos que queiram vir ao Brasil e tomar informações. E vamos colocar as informações corretas, transparentes e o que vamos fazer daqui para frente. Não há como esconder nada. Os satélites estão aí vasculhando todos os dias o que acontece no mundo todo, mas existe a manipulação de dados. É isso que temos que ficar atentos. O que é real, real; o que é problema, é problema; o que é montagem, é montagem. E o que temos de bom também está aqui e o que tem sido feito em todo o nosso país”, afirmou.

A Anistia Internacional pediu às autoridades brasileiras que investiguem e acusem os responsáveis pelos incêndios ilegais na Amazônia, durante o lançamento de uma campanha internacional para pressionar o Governo brasileiro a proteger os territórios indígenas.

Na semana passada, a ministra citou Portugal e Europa ao defender que não há razões para barreiras comerciais ao agronegócio por causa de queimadas.

“Estamos vivendo uma seca grande que todo ano a Região Norte do país tem uma definição clara dessa estiagem, fica, às vezes, seis meses sem chuva. Este ano, está mais seco e as queimadas estão maiores. Acho que eles precisavam saber primeiro do Brasil o que está acontecendo antes de tomar qualquer tipo de medida. Quando houve incêndios em Portugal, este ano teve incêndio na Sibéria, enfim, teve incêndio no mundo todo na época seca também da Europa, e o Brasil não foi lá questionar e nem pedir para não receber nada. O que a gente precisa é baixar essa temperatura. A Amazônia é importante e o Brasil sabe disso, o Brasil cuida da Amazônia”, afirmou.

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