Após ser lançado no Rio, livro sobre R. F. Maria da Fonte da Casa do Minho carioca foi apresentado em Portugal

Da Redação

O jornalista e escritor luso-brasileiro Ígor Lopes esteve durante o mês de agosto em digressão pela região do Minho, onde apresentou o seu novo livro-reportagem: “Rancho Folclórico Maria da Fonte da Casa do Minho do Rio de Janeiro – A jornada do grupo português que valoriza a cultura minhota no Brasil desde 1954”.

A obra tem como objetivo celebrar os 65 anos de fundação do Rancho Folclórico Maria da Fonte, o mais antigo dos quatro grupos dessa entidade carioca. O livro retrata ainda os bastidores das atividades do Rancho no Brasil e no exterior, a sua ligação com as autoridades internacionais e realça o protagonismo do grupo no cenário da defesa do folclore português no mundo.

Ao todo, em solo português, foram promovidas quatro apresentações do livro, três na região de Viana do Castelo e uma em Braga. Em ambos os momentos, o lançamento do livro contou com a presença do autor, do presidente da Casa do Minho do Rio de Janeiro, Agostinho dos Santos, do único fundador vivo do Rancho, Odir Ferreira, e dos componentes do Maria da Fonte. O sucesso do livro, que foi apresentado em maio na Casa do Minho, no Rio de Janeiro, fez com que o autor tenha sido convidado para estar presente no Salão do Livro de Lisboa em novembro deste ano.

Agenda literária

No dia 7 de agosto, o lançamento do livro aconteceu na Quinta da Presa, em Viana do Castelo. A apresentação do livro contou com dezenas de pessoas, entre autoridades, nomes ligados ao folclore e jornalistas. Nessa oportunidade, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, destacou a relação “muito forte” entre a Casa do Minho e a capital do Alto Minho, assegurando que a importância deste projeto cultural tem a ver com a vivência da diáspora.

“Apesar da distância, a nossa diáspora partilha a nossa cultura e a nossa identidade. A nossa diáspora estima e preserva as tradições portugueses geração após geração, fazendo questão de representar os nossos usos e costumes da forma mais digna”, garantiu o autarca. Por isso, assumiu o edil, “este livro é o livro da vossa e da nossa história”. Em seguida, houve apresentação do Rancho Maria da Fonte para os convidados.

Já no dia 9 de agosto, a obra foi apresentada ao público no Salão Nobre da Câmara Municipal de Braga. O evento contou com a presença de Firmino Marques, vice-presidente do Município de Braga, e de Lídia Dias, vereadora da Cultura, além de autoridades luso-brasileiras e jornalistas. Após a cerimônia, o R. F. Maria da Fonte fez uma apresentação na Praça da República, uma das partes centrais da cidade.

Nas palavras de Firmino Marques, as ligações entre Braga e a Casa do Minho existem há anos e a cidade de Braga se orgulha disso. Por sua vez, a vereadora da cultura ressaltou os laços culturais que unem Brasil e Portugal.

No dia 10, o livro foi apresentado nas instalações da Quinta de Santoinho, em Darque, região de Viana do Castelo. O responsável pela Fundação Santoinho, Valdemar Cunha, comentou sobre o carinho que sente pela Casa do Minho e pelo trabalho desenvolvido pela instituição em prol da divulgação da cultura minhota no Brasil.

No dia seguinte, dia 11, o trabalho foi apresentado na Junta de Freguesia de Carreço, em Viana do Castelo, na presença do Rancho Folclórico Regional das Lavradeiras de Carreço. João Amorim, presidente dessa Junta, mencionou que esse foi um momento marcante para a sua freguesia.

Pesquisa histórica

O livro-reportagem é fruto de pesquisas históricas e entrevistas jornalísticas efetuadas no Brasil e em Portugal. Mostra o percurso do Rancho Folclórico Maria da Fonte ao longo dos seus 65 anos de existência, com foco na promoção dos nomes que fizeram o grupo ganhar a dimensão que tem hoje, explica as ligações da Casa do Minho com as autoridades portuguesas, brasileiras e luso-brasileiras, desvenda os detalhes das atividades do Rancho e aponta os seus principais momentos.

A narrativa do livro explica também a importância e a dimensão do protagonismo nacional e internacional do grupo, que ocupa hoje um lugar de grande notoriedade na diáspora portuguesa, promovendo a língua de Camões, a cultura lusitana e as tradições, danças e cantares da região do Alto Minho.

Momentos memoráveis

Segundo o presidente da Casa do Minho do Rio de Janeiro, Agostinho dos Santos, o lançamento do livro trouxe ainda mais destaque e reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Rancho Maria da Fonte.

“Este é o primeiro livro escrito sobre o Rancho Folclórico Maria da Fonte. Esta obra compila histórias, viagens e experiências do grupo que integra a Casa do Minho, instituição com 95 anos de existência”, afirmou Agostinho dos Santos, que é, desde 2017, Cidadão de Honra de Viana do Castelo.

Por sua vez, Igor Lopes, autor da publicação, sublinhou ser um “privilégio poder escrever a história do Rancho, no contexto da Casa do Minho”, instituição que é considerada uma verdadeira “embaixada minhota” no Brasil.

“O livro contou com vários meses de pesquisas sobre datas, locais e personalidades. Não é um livro sobre os seus componentes, mas, antes, valoriza o passado do grupo, as motivações, os fundadores, as raízes, os parceiros fiéis. Foram resgatadas imagens históricas e realizadas entrevistas nos dois países. Procurei, com uma grande pluralidade de opiniões, mostrar como é a imagem do Maria da Fonte no mundo”, detalhou Ígor Lopes.

Por fim, Odir Ferreira, único fundador vivo do Rancho, mencionou que muitas memórias da época da fundação do Rancho “nunca vão se apagar” e que, como todo início, o Maria da Fonte teve pedras no caminho, mas, com muitas parcerias, estudos e pessoas experientes como o casal Benjamin e Fernanda, de Carreço, foi possível avançar e conquistar o patamar atual.

Em Portugal, a obra foi comercializada por 20 euros. Toda a verba obtida com a venda do livro será revertida para as atividades do Rancho e da Casa do Minho.

Em dezembro, o livro deverá ser apresentado à comunidade lusodescendente em Buenos Aires, na Argentina.

Experiência na área da comunicação e da literatura

Ígor Lopes é jornalista e escritor. É Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra (Portugal); Especialista em Gestão de Comunidades e Redes Sociais pela Universidade de Guadalajara (México), possui Extensão Universitária em Princípios da Comunicação Mediática Contemporânea pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) e Graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (Brasil). É responsável por projetos jornalísticos, de comunicação e literários entre Brasil e Portugal. Atua para agências de notícias brasileiras e portuguesas. Tem experiência nas áreas de consultoria literária, assessoria de imprensa e de comunicação, comunicação estratégica empresarial e institucional, jornalismo digital, jornalismo cultural, relações públicas, social media, marketing digital e cultura digital.

É autor dos livros-reportagem “Maria Alcina, a força infinita do Fado” (2016); “Casa do Distrito de Viseu: cinquenta anos de dedicação à cultura portuguesa no Rio de Janeiro” (2016) e responsável editorial pelos livros “A Voz da Mulher” (2018), da jornalista e radialista Wylma Guimarães, e “Values, Motivation and Leadership – Fany Tchaicovsky and colleagues” (2015), organizado por Marcelo Fernandes, especialista em Recursos Humanos entre Brasil e Portugal.

Também é detentor de prêmios, títulos e distinções no meio profissional e acadêmico. É membro da Academia de Letras e Artes Paranapuã (ALAP), da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO) e da Eco Academia de Letras, Ciências e Artes de Terezópolis de Goiás (E-ALCAT).

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