Da Redação
Com Lusa
Vai nascer no próximo ano o projeto “Biblioteca das Coisas”, um espaço comercial para alugar por valores simbólicos o que não serve a um cidadão e pode ser útil a outro, como ferramentas e utensílios.
Uma furadeira ou uma tenda de campismo são alguns dos materiais que a junta de freguesia do Centro Histórico do Porto pretende disponibilizar a moradores e comerciantes da baixa da cidade no âmbito do projeto.
O conceito parte da ideia de que muitas das ferramentas e utensílios de que a generalidade das famílias dispõe só são usados uma vez por ano ou menos, enquanto na porta ao lado alguém possa precisar.
A “Biblioteca das Coisas” da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória será um espaço com acesso a essas ferramentas de forma gratuita para pessoas carenciadas e por arrendamento simbólico para comerciantes.
De acordo com o presidente da junta, António Fonseca, o projeto avança este mês para conhecimento na Câmara do Porto, estando a inauguração da obra prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.
A “Biblioteca das Coisas” vai ser financiada no âmbito do orçamento colaborativo, ou seja, com parte dos 100 mil euros que a Câmara do Porto vai atribuir a esta União de Freguesias, conforme descreveu António Fonseca numa apresentação do projeto que juntou personalidades da cidade, associações e moradores.
“Temos população carenciada que às vezes nem tem como fazer um arranjo em casa e temos comerciantes que precisam de recorrer a uma ferramenta, mas se calhar evitariam comprá-la só para uma ou duas vezes. À semelhança de uma biblioteca, onde se requisitam livros, vamos emprestar e alugar materiais”, descreveu António Fonseca, estimando gastar cerca de 25 mil euros na concretização desta ideia.
O projeto, da autoria do arquitecto Hugo Igrejas, já tem espaço definido: o número 52 da praça Carlos Alberto, onde antes funcionaram os serviços administrativos da Junta da Vitória.
As instalações vão incluir espaço para apresentações, acesso a computador e arquivo de manuais e livros, para que seja possível consultar e pesquisar como fazer determinados arranjos.
O projeto foi aprovado e discutido por um júri do qual faziam parte, entre outros, o provedor da Santa Casa de Misericórdia do Porto, António Tavares, o ex-vice-presidente da Câmara e ex-vereador do Urbanismo, Paulo Morais, e o pesquisador e escritor, Hélder Pacheco.