Padre Manuel da Nóbrega: Fundador da Cidade de Paulo, nascido em “Sansfins do Douro” – Minho

Pátio do Colégio, local de fundação de São Paulo.

Por Adriano Augusto da Costa Filho

A cidade de São Paulo, é a terceira maior cidade do mundo, com uma população de 12 milhões de habitantes e mais 8 milhões em seu entorno com os municípios vizinhos e nela integrados.
A sua fundação remonta já há 5 séculos, ou seja, em 25 de Janeiro de 1554, no planalto paulista, por obra do Padre Manuel da Nóbrega, português, nascido em “Sansfins do Douro” – Minho e nascido no dia 18 de outubro de 1517 e falecido na cidade do Rio de Janeiro/Brasil, em 18 de outubro de 1570.
O Padre Manuel da Nóbrega, formou-se em direito canônico na Universidade de Coimbra e no ano de 1544, foi ordenado padre pela Companhia de Jesus e foi um grande pregador do Evangelho, foi convidado pelo Rei de Portugal D.João III e veio para o Brasil no ano de 1549 junto com a armada do navegador Tomé de Sousa, e veio como chefe da primeira missão jesuítica à América.
Aqui no Brasil ele foi um grandioso mestre do ensino, trabalhou na catequese dos índios para que deixassem a antropofagia (devorar seres humanos) e a sua principal função era civilizar o índio e combater os brancos quando da exploração do trabalho dos indígenas. Ele também ajudou na fundação das cidades do Rio de Janeiro, bem como, de Salvador na Bahia.
No planalto paulista ou seja, conhecido como planalto de Piratininga, no ano de 1553 ele aqui esteve para realizar a primeira missa, aqui escolheu o local que hoje conhecemos como “Pátio do Colégio” e ali realizou a missa em 29 de agosto do ano de 1553; e foi sacramentada a fundação oficial no dia 25 de janeiro do ano de 1554.
O Padre Manuel da Nóbrega, foi um grande viajante, deu-se ao trabalho de correr a costa brasileira em busca de algo maior, incentivou a familiarização do branco com o índio e junto com o noviço José de Anchieta, que havia desembarcado no Brasil em 1553, trabalharam muito na pacificação dos índios na região de Iperoig (Ubatuba) no litoral paulista.
Do mesmo jeito ele acompanhou a “Estácio de Sá” na obra de fundação da cidade do Rio de Janeiro, hoje também uma das maiores cidades do mundo, e que usa o nome de “Cidade Maravilhosa”.
Na sua marcha fantástica, criou a primeira Diocese do Brasil, e foi nomeado pelo Rei Dom João III, como o “Primeiro Provincial da Companhia de Jesus” e no ano de 1558 conseguiu a publicação de uma nova lei, que foi denominada de “Lei de proteção aos índios”, que era o seu maior sonho, pelas andanças no litoral e no interior do Brasil.
O Padre Manuel da Nóbrega, além de sua postura religiosa, era na realidade um intelectual, haja vista, as inúmeras cartas enviadas à Portugal, que se encontram no “Torre do Tombo” em Lisboa, e em verdade, obras literárias, que dali podemos verificar o início da história do povo brasileiro; e foi dele também o exame dos costumes dos povos indígenas do Brasil e que sempre tinha em mente eliminar os hábitos seculares dos índios, como o canibalismo, como também, tirar da mente dos brancos a forma de escravização dos indígenas.
Uma de suas maravilhosas cartas enviadas para Portugal, descrevia em 09 de agosto de 1549, como os índios adoravam a procissão em louvor ao anjo da Guarda, adorando a forma do canto e das músicas que eram cantadas pelos brancos que seguiam na procissão.
Como era uma época de poucos recursos, as obras de prédios e de igrejas eram processadas com taipas, barro e outros apetrechos, e numa das suas cartas, disse o seguinte: “A nossa igreja que fizemos, cai-nos, porque é de taipa de mão e de palha, agora ajuntarei estes senhores mais honrados que nos ajudem a repará-la, até que Deus queira dar outra igreja mais dura”.
Portanto, nós brasileiros, luso-descendentes e portugueses, devemos dar um grandioso “olor” a este magistral padre, patriota português, religioso intelectual, humanista, fundador de uma das maiores cidades do mundo, benfeitor do indígena brasileiro, construtor de uma nação que está entre as maiores do mundo, que fala a mais linda língua do universo, e que nós o devemos sempre honrar, para também a gloria e honra do Eterno Portugal.

 

Por Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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