Foto Arquivo.
Da Redação
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal, com o apoio de sua representação na Interpol, deflagrou a 3ª Fase da Operação Piratas do Caribe, para desarticular o ramo internacional da organização criminosa composta por “coiotes”, responsáveis por promover a entrada ilegal de brasileiros nos Estados Unidos.
A operação contou também com Cooperação Jurídica das Bahamas e dos Estados Unidos, o apoio da ICE – U.S. Immigration and Customs Enforcement. Foram realizadas duas prisões e três buscas no Brasil e no exterior.
Segundo a PF, a estimativa é que a organização criminosa movimentou nos últimos anos mais de 25 milhões de reais e envia por ano uma média de 150 adultos e 30 crianças e/ou adolescentes para tentar o ingresso ilegal nos EUA.
No curso da investigação, foi ainda constatado que diversos brasileiros transportados pelo grupo acabaram morrendo enquanto tentavam a travessia, inclusive com suspeita de homicídios.
Nesta fase, a PF também busca mais elementos a respeito do desaparecimento de 12 brasileiros, em novembro de 2016, quando tentavam a travessia Bahamas/EUA, via oceano.
Segundo a PF, os bens desses “coiotes” servem para ressarcir o dano causado às famílias das vítimas. A operação deflagrada visa ainda prender um dos maiores responsáveis pelo envio ilegal de crianças e adolescentes aos Estados Unidos na prática do esquema criminoso denominado “Cai Cai”. O esquema consiste em promover o ingresso de adultos ilegalmente nos Estados Unidos, acompanhados de crianças ou adolescentes, para que assim não sejam imediatamente deportados.
Entre as novidades desta terceira fase da Operação Piratas do Caribe é uma operação atualmente conduzida experimentalmente no ambiente de Inquérito Policial eletrônico (Sistema ePol); e é uma das primeiras envolvendo a prática do crime previsto no art. 232-A/CP (promoção da migração ilegal), que entrou em vigência final de 2017.
As investigações começaram a partir da notícia do desaparecimento de um brasileiro que teria tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos, com auxílio de “coiotes”, que intermediavam o transporte ilegal via Bahamas.
Antes de sair do Brasil, os imigrantes ficavam em algumas cidades com aeroportos internacionais de fácil acesso, aguardando a ordem de embarque para as Bahamas, que ocorria quando um determinado agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Uma vez nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para tentar fazer a travessia de barco e, assim, ingressarem clandestinamente nos Estados Unidos.
Além de todos os conhecidos riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, os “coiotes” escondiam os reais perigos envolvidos na travessia, como a passagem pela região do Triângulo da Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves.