Da Redação
Com Lusa
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que devem ser dados “passos que sejam seguros” nas relações com Angola porque “a expectativa é altíssima” por parte empresários e trabalhadores nos dois países.
Em declarações aos jornalistas, à saída do “EurAfrican Forum”, iniciativa organizada pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, no Centro de Congressos do Estoril, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se às relações entre Portugal e Angola considerando que “a realidade é promissora”.
Questionado sobre o papel de Angola nas relações entre a Europa e África, o chefe de Estado respondeu que “só pode ser o melhor, porque as perspetivas são, à partida, tão boas, em termos econômicos e financeiros e sociais e políticos”.
Depois, Marcelo Rebelo de Sousa centrou-se no plano bilateral, declarando: “Agora é preciso que os passos que sejam dados sejam todos seguros, porque a expectativa é altíssima. Porque as pessoas esperaram e, portanto, os empresários têm expectativa, os trabalhadores têm expectativa, os estudantes têm expectativa”.
“As comunidades que estão num país e noutro têm expectativa. Há que, no fundo, trabalhar de forma segura para que essas expectativas sejam realizadas”, reforçou.
Interrogado se não teme novos “irritantes” nas relações bilaterais, numa alusão ao processo que envolve o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente, entretanto transferido da justiça portuguesa para a angolana, o Presidente da República retorquiu: “Como tudo na vida, quando corre bem, pode sempre dizer-se ‘mas será que não pode correr pior’?”.
“Neste momento, a realidade é promissora”, acrescentou.
Segundo a imprensa, na segunda-feira Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, no Palácio de Belém, em Lisboa.
O presidente angolano deve ir a Portugal no outuno. Segundo o jornal Expresso, o presidente português e ministro angolano acertaram que o presidente angolano será recebido em Lisboa ainda este ano, após uma ida do primeiro-ministro português António Costa a Luanda.
Europa África
Duas dezenas de líderes europeus e africanos do mundo empresarial, político e da sociedade civil participam no 1.º EurAfrican Forum, em Cascais, arredores de Lisboa, com o objetivo de criar confiança e construir pontes entre os dois continentes.
O evento pretende contribuir para um futuro “próspero e sustentável” em África e na Europa, aproveitando sinergias e promovendo oportunidades de negócio com benefícios mútuos, valorizando sobretudo as novas gerações, de acordo com a organização.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, modera um painel institucional sobre as perspectivas políticas para as relações futuras entre Europa e África, em que participam representantes de Angola, Cabo Verde, Argélia, Senegal e Tunísia, entre outros países.
A realização do encontro em Cascais “evidencia e reforça o papel de Portugal como ponte privilegiada entre a Europa e África”, segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
O presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa, Filipe de Botton, adiantou que vão estar também em destaque questões como a partilha de recursos e infraestruturas entre os dois continentes, de forma a criar um “efeito multiplicador” e gerador de riqueza, a “aceleração da quarta revolução industrial em Árica e a promoção das “diásporas africanas”.
Entre os oradores contam-se Mariéme Jamme, fundadora de I Am The Code; Sophia Bekele, presidente da CBS International e fundadora e diretora executiva da DotConnectAfrica; Kola Karim, fundador e presidente do Shoreline Group; Hitesh Anadkat, presidente do First Merchant Bank; Saran Kaba Jones, fundadora e presidente da Face Africa e Manuel Mota, presidente da Mota-Engil África, entre outros.
O fórum é presidido pelo ex-primeiro-ministro português, ex-presidente da Comissão Europeia e atual presidente não executivo do banco Goldman Sachs, José Manuel Durão Barroso.