Taxa turística financia caminhões elétricos para limpeza de Lisboa

Da Redação
Com Lusa

A Câmara Municipal de Lisboa recebeu na sexta-feira dez caminhões elétricos destinados à higiene urbana, que serão alocados às freguesias com maior pressão nesta área, um projeto financiado em 415 mil euros pela taxa turística da cidade.

Lembrando que Lisboa ganhou em junho o galardão de Capital Europeia Verde 2020, o presidente da Câmara disse na cerimônia de entrega dos veículos que naquele ano “Lisboa todos os dias vai mostrar exemplos de como se pode inovar em matérias de sustentabilidade ambiental”.

O primeiro exemplo é a entrega destes dez camiões elétricos às juntas de freguesia de Arroios, Avenidas Novas, Belém, Estrela, Misericórdia, Parque das Nações, Penha de França, Santa Maria Maior, Santo António e São Vicente.

O vice-presidente do município da capital, Duarte Cordeiro, disse à agência Lusa que o financiamento proveio da Taxa Municipal Turística – que cobra um euro por noite, por pessoa, até ao máximo de sete euros – e que as dez freguesias foram escolhidas por serem as “zonas do centro histórico com maior pressão turística”.

A parceria entre a autarquia e a empresa japonesa Mitsubishi teve um financiamento de 415 mil euros e a diretora do Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica da Câmara de Lisboa, Filipa Penedo, explicou que estas são as primeiras viaturas do gênero em todo o mundo e que, por isso, vão estar numa fase experimentar durante dois anos.

“É o período de teste e só após este período é que são postas à venda, [mas para a Câmara de Lisboa] é uma pré-venda”, acrescentou, elencando que a autarquia é “a única entidade pública que participa neste projeto”.

“O contrato [efetivo] só pode ser feito daqui a 24 meses”, porque as viaturas ainda “não estão à venda”, afirmou.

De acordo com a informação apresentada, este ano foram produzidas 100 unidades numa fábrica na freguesia do Tramagal, no concelho de Abrantes e, além de Lisboa, o projeto está a ser implementado em Tóquio (Japão), Nova Iorque (Estados Unidos), Berlim (Alemanha), Amesterdão (Holanda) e Londres (Reino Unido).

Nestas cidades serão entidades privadas a utilizar os veículos.

Filipa Penedo garantiu que “já foi feita formação a todos os motoristas da junta que vão operar estas viaturas” e vai haver também “um acompanhamento semanal” por parte da autarquia e da empresa.

Durante a cerimónia, o presidente da Câmara de Lisboa referiu que a utilização destes veículos vai permitir avançar com a “agenda de sustentabilidade” da capital, a par do “aumento da eficácia” dos serviços de higiene urbana”.

“A batalha pela sustentabilidade vai ser vencida ou perdida nas cidades”, declarou.

Duarte Cordeiro adiantou que “daqui a cinco meses” vai ser feita a substituição dos veículos ligeiros a ‘diesel’ do município por elétricos ou híbridos – com exceção dos veículos da polícia e dos bombeiros -, traduzindo-se num aumento das viaturas amigas do ambiente de 60 para 160.

O autarca referiu ainda que o processo de troca de viaturas é gradual e terá em atenção o tempo de vida útil dos veículos atuais, porque “não se substitui só por substituir”, mas que a intenção, no futuro, é ter uma frota municipal apenas composta por viaturas híbridas ou elétricas.

No final da cerimônia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa lançou o desafio à Mitsubishi: “Quando pensar em investir em fábricas e tecnologia pense em Portugal”.

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