Presidente canta o fado com Vitorino numa recepção a 50 alunos

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (E), conversa com o presidente Empresários pela Inclusão social (EPIS), António Vitorino (D), após um encontro no Palácio de Belém, em Lisboa, 05 de julho de 2018. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, cantarolou um ‘medley’ de fados com António Vitorino, recém eleito diretor geral da OIM, durante uma recepção a 50 alunos que têm apoio escolar da associação empresarial EPIS.

“Olhem-se ao espelho e digam: eu sou muito bom, eu sou muito boa”, foi o conselho deixado por Marcelo Rebelo de Sousa ao grupo de estudantes do ensino secundário de diversos pontos do país com quem conviveu nesta tarde na varanda e nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa.

Este convívio incluiu um momento musical, em que os jovens, alinhados em fila, cantaram esse ‘pot-pourri’ de fados, com excertos das canções “Lisboa menina e moça”, “Uma casa portuguesa”, “Cheira bem, cheira a Lisboa” e “Dia de Folga”.

Sorridentes, lado a lado, o chefe de Estado e António Vitorino, presidente da EPIS, eleito diretor geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cantarolaram também os versos de cada uma das cantigas.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a ocasião para elogiar novamente António Vitorino, apontando-o como “um dos melhores do mundo” e repetindo que foi o seu “melhor aluno de sempre” entre os 25 mil que teve como professor universitário de direito, “o mais brilhante, o mais inteligente”.

A Empresários Pela Inclusão Social (EPIS) é uma associação de apoio a estudantes em risco de insucesso escolar criada em 2006, por proposta do anterior chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, atualmente presidida pelo advogado e antigo ministro António Vitorino, que inclui nos seus órgãos sociais membros de grandes empresas como a EDP e Galp.

O Presidente recebeu António Vitorino e cerca de meia centena de estudantes do 8.º e do 9.º ano do ensino público que fazem parte do universo de jovens apoiados por esta associação ao longo deste ano letivo.

Os alunos apresentaram-lhe gráficos da EPIS sobre a sua melhoria de aproveitamento escolar e Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha estado presente noutras iniciativas desta associação, felicitou-os pelos resultados e voltou a realçar que foi Cavaco Silva quem “teve a ideia” desta “obra coletiva”.

Neste contexto, o chefe de Estado insistiu na mensagem de que “os portugueses são dos melhores do mundo”, referindo que têm “um dos melhores do mundo que está à frente das Nações Unidas”, António Guterres, e outro “que vai estar à frente das migrações em todo o mundo”, António Vitorino.

“E temos aqui à frente de mim, de nós, dos melhores do mundo, que vocês nem imaginam o que vão fazer. Onde quer que façam, e o que quer que façam, vão ser excelentes”, disse aos jovens. “Vocês são um motivo de orgulho para o país”, reforçou.

Antes de iniciarem uma sessão de fotografias, Marcelo Rebelo de Sousa incentivou-os a terem autoestima: “Todos os dias quando se levantarem, espero que tenham um espelho à mão, olhem-se ao espelho” disse.

“Olhem-se ao espelho – depois se tiverem de fazer o bigode, vão fazer o bigode, os que ainda não tiverem bigode nem barba olham-se só ao espelho – e digam: eu sou muito bom, eu sou muito boa”, completou.

O momento foi divulgado pela associação portuguesa na internet:

Ciente das dificuldades

Aos jornalistas, Vitorino afirmou-se ciente das dificuldades com que se confrontará no exercício do cargo de diretor-geral da OIM. “Sinto que cumpri uma parte do percurso, apenas”, respondeu o antigo ministro socialista e comissário europeu, depois de questionado pelos jornalistas se estava feliz por ter sido eleito.

Perante os jornalistas, António Vitorino confirmou depois que, em breve, será substituído como presidente da EPIS, “porque o cargo de diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações é exercido em exclusividade de funções”.

“Este projeto vai continuar. Foi lançado quando o professor Cavaco Silva era Presidente da República em 2006. Para o ano, ainda vamos ser mais ambiciosos e ainda iremos mais além nos projetos educativos da EPIS”, referiu o recém-eleito presidente da OIM.

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