Da Redação
Com agencias
O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sergio Amaral, afirmou nesta terça-feira, após participar do almoço de recepção ao vice-presidente do EUA, Mike Pence, no Palácio do Itamaraty em Brasília, que o presidente Michel Temer falou sobre a possibilidade de buscar as crianças brasileiras que estão em abrigos norte-americanos, após entrarem ilegalmente com seus pais pela fronteira do país com o México.
“Ele falou que, dentro dos limites dessa legislação [sobre imigração dos EUA], que estava disposto, se fosse necessário, a mandar buscar as crianças”, declarou em conversa com jornalistas, antes da declaração conjunta de imprensa de Temer e Pence, no Itamaraty.
De acordo com o embaixador, o governo federal tem a confirmação de que 51 crianças brasileiras estão separadas dos pais em abrigos dos EUA, mas que esse número pode ser até maior. Amaral acrescentou que Mike Pence agradeceu a possibilidade de colaboração oferecida por Temer, que já existe entre as duas nações, mas não deu uma resposta definitiva sobre a possibilidade do governo brasileiro enviar um avião da Força Aérea Brasileira para retirar as crianças retidas no país.
O temas das crianças brasileiras em abrigos, embora não esteja oficialmente na pauta de reuniões, foi tratado no encontro entre Pence, o presidente Michel Temer e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.
No dia 25, o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa, informou à EBC, que 51 crianças brasileiras estavam em abrigos, separadas dos pais, assim como milhares de crianças e adolescentes de outras nacionalidades que tentaram ingressar no país sem os documentos oficiais
Desde maio, a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tolerância zero com a imigração ilegal, levou à separação de mais de 2 mil crianças de suas famílias ao cruzar ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos. Na quarta-feira, depois de muita pressão doméstica e internacional, Trump assinou um decreto executivo que poria fim à separação das famílias. O decreto, no entanto, só se aplica a novos casos.
Decreto
Ainda neste dia 26, o Supremo Tribunal norte-americano validou o decreto anti-imigração de Trump, que proíbe a entrada de nacionais de seis países, uma vitória para o Presidente norte-americano no final de uma batalha judicial sobre esta medida controversa.
A decisão, tomada com o voto de cinco juízes contra quatro, ratifica o decreto presidencial, que proíbe, de modo permanente, a entrada em território norte-americano, de cidadãos de seis países maioritariamente muçulmanos.
O Supremo Tribunal, segundo a decisão, redigida pelo presidente da instituição, John Roberts, considera que o chefe de Estado usou de forma legítima as suas prerrogativas em matéria de imigração.
O texto em causa é a terceira versão de um decreto que causou indignação global, quando foi aplicada de forma abrupta pela Casa Branca em 27 de janeiro de 2017, uma semana depois da posse de Trump.
Esta mais recente versão fecha as fronteiras norte-americanas a cerca de 150 milhões de pessoas, oriundas do Iémen, Síria, Líbia, Irão, Somália e Coreia do Norte.
Os críticos afirmam que se trata de um “decreto anti-muçulmano”, uma acusação fortemente combatida pela administração norte-americana.