Da Redação
Com Lusa
A TAP registrou entre as 20:00 de domingo e a manhã desta terça-feira mais de 50 cancelamentos nos aeroportos de Lisboa e do Porto, tendo um sindicato contabilizado “mais de 70” no fim de semana na capital.
Segundo a contagem feita pela agência Lusa, foram canceladas 20 chegadas e 14 partidas no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, sobretudo de voos de e para o Porto, regiões autônomas, cidades europeias e também Marraquexe (Marrocos) e Rio de Janeiro (Brasil).
Já em relação ao Porto, houve 12 chegadas canceladas e sete partidas que não se efetuaram, sobretudo em relação a Lisboa, Madeira e cidades europeias.
Em declarações à Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), Fernando Henriques, informou que no fim de semana a transportadora aérea teve “mais de 70 cancelamentos”.
“Só no domingo estamos a falar de 40, ou seja, 10% da operação cancelada”, garantiu.
Aos passageiros com voos cancelados e atrasados, segundo vários testemunhos recolhidos, as perturbações ficaram a dever-se a “falta de tripulação”.
No Facebook da transportadora multiplicam-se as queixas de passageiros descontentes, com a empresa a lamentar a situação e a solicitar o código da sua reserva ou do bilhete eletrônico.
“Lamentamos desde já que o nosso serviço não tenha ido ao encontro das suas expectativas e informamos que as suas observações foram tidas em total consideração e remetidas ao departamento responsável”, é outra das respostas dadas pela TAP.
Companhia lamenta
Neste dia 26, a TAP lamentou os cancelamentos registrados na segunda-feira à noite na Madeira e no Porto, enumerando “contingências imponderáveis”, como mau tempo, obras e greve.
“A TAP lamenta os cancelamentos em causa, provocados por uma série de contingências imponderáveis, como foram o caso de um período de mau tempo no Porto, aliado a obras no aeroporto Sá Carneiro, que obrigaram ao encerramento do aeroporto durante a noite”, ao que se juntaram “perturbações provocadas no tráfego aéreo pela greve em Marselha”, segundo disse fonte oficial da empresa à Lusa.
Face a estas contingências houve “inevitáveis cancelamentos de voos, com a agravante de não ter sido possível alojar os passageiros por falta de quartos no Porto” dado ser um “período de férias” e estarem os hotéis lotados.
Os passageiros afetados estão a ser “transportados nos voos seguintes” e a empresa está “empenhada, como sempre, em encontrar as soluções adequadas para proteger e cuidar os seus clientes, cumprindo escrupulosamente todos os regulamentos e legislação nacionais e internacionais”.
Na Madeira, o vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, acusou a TAP de “abandonar” os passageiros em situações de cancelamento de voos por razões operacionais de ligação à região, o que considerou “lamentável”.
“Temos acompanhado com alguma preocupação [esta situação] e feito chegar as nossas preocupações à administração da TAP”, disse Pedro Calado aos jornalistas, durante uma iniciativa no Funchal.
O governante madeirense argumentou que, embora este não seja “só um problema da Madeira e de Portugal”, visto que “todas as companhias em toda a Europa e em todo o mundo estão a ter este problema”, devido à “muita escassez de mão de obra” (pilotos e pessoal de terra), as regiões insulares acabam por “sofrer muito mais” porque não têm alternativa de acessibilidade.