Em sintonia com a guitarra portuguesa, Wallace Oliveira lidera Trio amante da música

Por Igor Lopes

Apaixonados pela guitarra portuguesa, o jovem Wallace Oliveira e o experiente Sérgio Borges criaram o “Wallace Oliveira Trio” em 2017, com o objetivo de explorar as potencialidades desse instrumento mágico, e bem português, com novas abordagens musicais, processo que resultou no álbum “Nova”, com pré-lançamento na Casa de Portugal de São Paulo e lançamento em Portugal, nas localidades de Castelo Branco, Belmonte, Nazaré e Chamusca, com a participação de artistas convidados, em junho e outubro do ano passado. Sim, o sucesso sempre foi questão de tempo. E não faltou empenho e muito trabalho.
Conversamos com o integrante que dá nome ao grupo, cuja sede é em São Paulo. Wallace contou sobre a sua carreira, os locais onde levou a sua música e descreveu o talento dos colegas de palco. Em cena, o fado. E um pouco mais. Há sempre espaço para uma viagem pelo mundo da música nos instrumentos desses profissionais.
O Trio mantém parcerias com artistas portugueses?
Tivemos o prazer de acompanhar Jorge Fernando, um ícone da música portuguesa, e Fábia Rebordão, prima de Amália Rodrigues, e outras fadistas conceituadas como Claudia Madeira, Mara Pedro e Valéria Carvalho, o cantor Guilherme Azevedo e tocamos com o guitarrista José Manuel Neto, dentre outros artistas.
Como começou a tocar guitarra portuguesa?
São quatro anos de guitarra portuguesa, desde 2014. Aos oito anos, iniciei aulas de violão com Sérgio Borges, o mesmo que me incentivou e orientou para a guitarra portuguesa. Passei pela guitarra elétrica em alguns anos, onde atuei em bandas de rock.
Quem o acompanha no Trio?
Sérgio Borges, violonista e produtor musical, que trabalha com música portuguesa e brasileira há muitos anos acompanhando vários artistas dessa área, e Adriano Busko, baterista e percussionista, também com vasta experiência em música brasileira e portuguesa.
Já atuaram fora do Brasil?
Atuamos em Portugal por duas temporadas durante o lançamento do CD “Nova”. Em junho voltaremos. Há vários anos que fiz também apresentações em Portugal com o Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo.
Que cenário vê para a guitarra portuguesa no Brasil?
Aqui é tudo muito novo, a guitarra portuguesa é um cenário a ser desvendado e estamos trabalhando para que isso aconteça.
Só tocam fados?
O foco são as músicas brasileiras e world music.
E quais são os projetos futuros?
Pretendemos viajar por mais países, mas principalmente difundir o nosso projeto no Brasil.
Como caracteriza o trabalho do Trio?
A alegria do nosso trabalho é ver o público aplaudir, sorrir, chorar, se emocionar. São senhores, senhoras, jovens, crianças, temos conseguido atingir esse público de uma forma excepcional. Queremos levar o nosso trabalho para o mundo, levar a nossa cultura e absorver outras influências no nosso trabalho. Cada experiência vai trazer algo novo para a nossa criação.
Por fim, fale um pouco sobre os integrantes do grupo.
Eu trago influências musicais brasileiras e do rock, já que fiz parte de uma banda por dez anos até descobrir ser apaixonado pela guitarra portuguesa em 2014. Após participar em diversos projetos, viagens e turnês, fui condecorado pela Casa Luso-Brasileira de São Paulo, em 2016, pela sua contribuição junto à comunidade portuguesa e tornei-me no mais novo talento deste instrumento no Brasil.
Já Sérgio Borges é também cavaquinhista e produtor musical e, ao violão, já acompanhou muitos artistas brasileiros e portugueses ao longo da sua carreira, como Dulce Pontes, Sebastião Manuel, Gloria de Lourdes, Jorge Fernando, Fábia Rebordão, Roberta Miranda, Fafá de Belém; no Brasil, fez parte do Trio Manuel Marques e dos Trovadores Urbanos por vários anos.
Por sua vez, Adriano Busko tem sido percussionista e baterista em trilhas de séries de TV, filmes e em concertos de grandes nomes da música brasileira como Jards Macalé, Dominguinhos, Trovadores Urbanos, Virginia Rosa, Jorge Benjor, Mônica Salmaso, Maria Alcina, Vânia Bastos, Ana Cañas, Marina de La Riva, dentre outros.

E é neste 22 de junho que “Wallace Oliveira Trio” retorna a Portugal, agora levando o melhor da música brasileira ao Centro Cultural Raiano de Idanha-a-Nova.

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